Na tarde de ontem (30) o provedor do Hospital Santa Casa de Palmeira, Vagner Augusto Barausse realizou uma coletiva de imprensa na sede do hospital para falar sobre a saúde financeira da instituição. Durante o encontro foi apresentado um balanço de todas as entradas e saídas de dinheiro que movimentaram o caixa do hospital durante o período e a real necessidade de se fazer algo para que novamente a Santa Casa não venha a passar as dificuldades enfrentadas principalmente no início deste ano, ainda de forma mais acentuada devido ao agravamento dos casos de Covid-19.
Vagner revelou opções de parcerias que a diretoria vem buscando. Primeiramente com a Santa Casa de Curitiba, depois com Santa Casa de Ponta Grossa e também surgiu a possibilidade de unir forças com o Hospital São Camilo.

Hospital Santa Casa de Curitiba
“No andar das negociações a gente viu que a Santa Casa de Curitiba era um pouco diferente dos princípios que a gente tem, nesse caso teríamos que doar todo o prédio, fazer tudo que eles queriam, pagar todas as nossas contas e só aí doar o prédio, parece ser muito fácil, mas o nosso medo é que depois de passar a entidade para eles pensamos que talvez daqui uns anos eles podem não achar interessante tocar nossa Santa Casa e decidir fechar o hospital”, comentou Barausse.

Hospital São Camilo
A negociação com a Santa Casa de Curitiba foi cessada e com isso junto a Paróquia de Palmeira e ao Padre Adriano, a direção da Santa Casa de Palmeira conversou com o arcebispo José Antônio Peruzo “Ele nos apresentou os camilianos, que é um hospital que existe ali em Ponta Grossa,  União da Vitória, que eles também são uma rede e poderiam ajudar a Santa Casa, então agora a gente está em conversa com São Camilo, estamos em negociação, ontem (29) a gente teve uma conversa, e provavelmente a gente vai ter uma notícia até ao final do ano, um parecer deles se eles vão ter o interesse de tocar Santa Casa de palmeira ou não”, esclareceu Vagner.

Hospital Santa Casa de Ponta Grossa
Nesse intervalo houve também uma conversa entre a Santa Casa de Palmeira, Prefeito Sérgio Belich e o Hospital Santa Casa de Ponta Grossa, segundo Vagner eles também possuem interesse. “Só que no caso deles, seria uma parceria com a Santa Casa de Palmeira, como uma ajuda de custos na compra de medicação, exames e tudo mais, e a gente ficaria parceiro para mandar as pessoas para Ponta Grossa nos casos de alta complexidade que precisa fazer cirurgia oncologia e tudo mais, eles fariam esse processo para a população de Palmeira e então a gente seria uma triagem deles aqui com pequenos serviços e eles faziam a alta complexidade lá”, pontuou Wagner.
Algo comentado também durante a coletiva foi da possibilidade do Hospital assumir o serviço de Pronto Atendimento Municipal futuramente. “Só que estamos diante de alguns impasses, a Prefeitura tem que renovar o contrato do PA, com a empresa dos médicos que ainda está vigente, mas parece-me que vai acabar o contrato, e a Santa Casa gostaria de assumir  essa responsabilidade, então assumindo isso tanto a Santa Casa quanto o São Camilo assumiriam o PA”, disse Vagner.

Negociações
Durante a entrevista, Barausse detalhou como estão as negociações com Santa Casa de Ponta Grossa e Hospital São Camilo. “Com a Santa Casa de Ponta Grossa as conversas estão mais superficiais, eles já nos visitaram aqui, já viram a estrutura, eles estão só esperando nós fecharmos esse contrato com o Município para saber o que eles podem nos ajudar, porque se for só na parte do hospital muito pouco eles poderão nos ajudar, se a gente absorver o PA abre o leque, daí eles tem mais possibilidade de nos ajudar a gente tem mais possibilidade de ajudar eles. Já o São Camilo é um negócio um pouco mais técnico que requer um balanço patrimonial, jurídico e é bem diferente a negociação”, explicou Vagner.

Pronto Atendimento
Para o provedor, se a Santa Casa assumir o Pronto Atendimento o serviço ao público será mais otimizado. “Dia 1º de dezembro, a gente vai até a regional de Ponta Grossa para tentar ver como poderia passar para Santa Casa, as opções são o São Camilo, Santa Casa de Ponta Grossa ou a gente tocar o PA. O tocar o PA serve para os dois, a questão é a remuneração, a verba que a saúde gasta com a Santa Casa e empresa terceirizada se englobaria e seria tudo Santa Casa, ficaria mais barato para Prefeitura, o médico que atende no PA faria  o serviço para a Santa Casa ou vice-versa, e ajudaria nessa parte de funcionários, médicos, enfermeiros, técnicos, e tudo mais e com isso a gente teria uma folga financeira. Aí a Prefeitura quem vai decidir, eles estão fazendo um levantamento disso, firmar esse acordo com a Prefeitura sendo um valor coerente para todos eu acho que tanto é melhor para Santa Casa quanto para a saúde de Palmeira”, comentou Vagner.
O Prefeito Sergio Belich comentou sobre esta possibilidade de convênio entre o Município e a Santa Casa. “Tudo estiver dentro das leis nós cumpriremos no pé da letra, vejo que a Santa casa é uma instituição que sofreu muito  durante esses anos por não ter alguma coisa a mais pra poder ofertar pra comunidade palmeirense, e se houver a possibilidade através de licitação ou através de qualquer outra modalidade que tenha todos os recursos, a Prefeitura nada tem a se opor, mas lembrando que nós iremos fazer todas as formalidades dentro da lei para que  possa ter o novo responsável pelo PA que no momento é de responsabilidade da Prefeitura. A gente tem conversado internamente para achar de que maneira que nós podemos enfrentar esse desafio, porque a gente quer um PA de qualidade que atenda de uma forma muito humanitária as pessoas que passar um por lá. Dentro das possibilidades, dentro da lei, a Prefeitura irá conversar para que possa ter um novo operador do PA”, disse Sérgio.

Da redação
Foto: Bruna Camargo