Psicólogo enfatiza o autoconhecimento para uma vida mais saudável
Neste início de ano, somos convidados a refletir sobre a saúde mental através da campanha “Janeiro Branco”. A proposta é de que as pessoas repensem sobre suas vidas, a qualidade dos seus relacionamentos e o quanto se conhecem, bem como suas emoções, pensamentos e atitudes.
Para abordar esta temática em relação à saúde mental e emocional, o psicólogo Padre Adriano da Levedove, participou do Noticiário P7, da Rádio Ipiranga desta sexta-feira (25). O profissional destacou a importância do autoconhecimento para o nosso bem estar e uma vida mais saudável. “Aquilo que não resolvemos na mente o corpo transforma em doença”, alertou o psicólogo.
Ainda sobre a essencialidade de conhecer a si mesmo, Pe. Adriano salientou que devemos estar atentos ao que se passa dentro de nós. “Buscar ajuda é importante, mas a primeira ajuda quem pode oferecer é você mesmo. As soluções não estão fora. Se engana quem deposita a busca para soluções de problemas da sua vida fora de si”, explica o psicólogo. Por isso, que ao buscar soluções temos que olhar para dentro de nós.
Durante a entrevista o profissional listou as cinco emoções básicas do ser humano, segundo Eric Berne (psiquiatra canadense):raiva, medo, tristeza, alegria e o afeto. Assim, da Levedove explicou que há três tempos para perceber como está a saúde mental. A primeira questão é:estou sentindo?Para ele, sentir essas emoções significa que estamos vivos. “É natural sentir e temos que sentir essas emoções”, disse Pe. Adriano.
O segundo ponto se refere a falar o que estamos sentindo. “Se eu não falo o que eu estou sentindo, se eu reprimo o que estou sentindo, seja raiva, medo, tristeza, alegria ou afeto, isso naturalmente vai fazer mal a toda minha pessoa. Eu não vou estar gerando saúde mental. Eu preciso expressar verbalmente, se estou triste, vou dizer “ estou triste” e assim identificar quais as razões da tristeza”, abordou Pe. Adriano. E o terceiro tempo diz respeito como a emoção sentida ou verbalizada se exprime através da linguagem do corpo.
O modo que lidamos com o que sentimos também foi abordado pelo profissional. Ele explicou que uma maneira de termos saúde mental é refletir sobre o sentimento e a emoção para que não sejamos dominados por eles. “A questão é ‘estou disposto a encarar os meus demônios?’ Não é pecado sentir raiva, eu penso que seja pecado você não reconhecer porque está sentindo raiva”, comentou o psicólogo.
O propósito do “Janeiro branco” está justamente em refletir nosso comportamento tentando ter uma saúde mental. “Veja, você pega sua raiva com afeto. Eu posso ter raiva pelo comportamento de outra pessoa, mas o afeto vai me levar a pensar, ‘tá, mas vai saber por quais circunstâncias essa pessoa está agindo dessa maneira, por quais razões ela está tendo esse comportamento’, isso é o afeto que me movimenta. Aí ele se equilibra com a raiva. Fico magoado, posso até ficar com raiva, mas vou avaliar minhas atitudes e não me deixar agir pelo impulso das emoções”, elucidou da Levedove.
Foto:Elder Scolismoski
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