Provedor da Santa Casa anuncia campanha para buscar apoio da população para o hospital
A Santa Casa de Palmeira continua enfrentando problemas financeiros. Apesar de recursos e apoio da Câmara Municipal de Vereadores, Prefeitura Municipal e Governo do Estado, o valor arrecadado não é suficiente para manter o hospital.
Além disso, de acordo com provedor do Hospital Marcos Antônio Bordinhão o baixo fluxo de valor arrecadado com atendimentos particulares também impossibilita que a entidade reverta esta situação. “Não conseguimos muita produção, que é gerar dinheiro para sustentar o próprio mecanismo da Santa Casa”, contou ele.
Segundo informações do provedor, entre as verbas recebidas, a Santa Casa tinha uma verba de cerca de R$ 86 mil do Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, por problemas na renovação do contrato, o valor teve uma redução de cerca de R$ 30 mil. “Quando assumimos, a Santa Casa não renovou o contrato com Estado. Qual motivo desta não renovação? Aconteceu alguma coisa neste meio tempo entre a Santa Casa quase paralisar as atividades e nós assumirmos, que faltou documentação dentro do Estado para dar sequência a renovação do contrato”.
Marcos enfatiza que não se pode culpar o Estado pela falta recursos. “O Estado tem o tempo dele para fazer as coisas. Ele não pode me pagar se eu não tiver um objeto, um contrato. Seria a mesma coisa que nós pagássemos em nossas empresas alguma coisa sem nota. Isso não é legal, não pode ser feito, principalmente em relação a contas públicas, porque todos têm de prestar contas”, justificou Bordinhão.
Com a diminuição desta verba, Marcos contou que ao chegar dezembro, o 13° dos funcionários não foi pago. Ele também explicou que a subvenção recebida através da Prefeitura Municipal não pode ser utilizada para este tipo de pagamento. “A subvenção da Prefeitura é engessada, é para determinada coisa. Posso pagar água, luz, posso pagar um médico, pagar farmácia, comprar remédio, mas não posso pagar funcionário. Então algumas contas do hospital eu mantive em dia, mas exatamente a folha de pagamento, não consegui manter em dia. Porque os recursos advindos do Estado que são só R$ 50 mil não cobrem a folha que é R$ 90 mil.
De acordo com Marcos, em fevereiro o pagamento de funcionários foi feito após juntar recursos de dois meses do Estado (verba de R$ 50 mil).
No entanto, segundo o provedor da Santa Casa, o 13° salário e a folha de janeiro ainda estão atrasados, além do mês atual (março) que ainda não foi pago.
Além de problemas na renovação deste contrato, que embora esteja sendo solucionado e o Estado tenha se comprometido a pagar o valor retroativo, Bordinhão alegou outro problema enfrentado pela diretoria do hospital: a falta de recurso humano. Além de um médico obstetra que se aposentou, Marcos contou que alguns profissionais deixaram de compor a escala após a aprovação da lei estadual de violência obstétrica, em vigor desde o início deste ano. A baixa remuneração dos médicos também foi um dos motivos citados pelo provedor.
Bordinhão contou que na última semana a Câmara Municipal de Vereadores entrou com pedido de adicional de R$ 300 mil. “Tenho fornecedor atrasado e vou precisar pagar um pouco mais para questão dos médicos. Tínhamos um valor muito deficitário com relação a pediatras, anestesistas e ortopedistas no hospital, eles ganhavam muito pouco, era um valor irrisório, trabalhavam quase de graça. Por isso estamos fazendo toda uma movimentação para tentar angariar dinheiro”, justificou Marcos.
Segundo ele, o hospital consome cerca de R$ 5 milhões por ano, sendo necessário mais de R$ 400 mil por mês para fazê-lo funcionar. “Manter um hospital com mais de 3 mil metros², quase 60 funcionários, mais de 15 médicos, com raio-x em funcionamento, com farmácia 24 horas que é o necessário, com salas cirúrgicas, custa caro”, enfatizou Marcos.
Ao citar o déficit financeiro que a Santa Casa está, ele lembrou que o saldo não inclui novos médicos que precisam ser contratados. Diante deste cenário a diretoria decidiu buscar o apoio da população. “Agora não tenho mais de onde tirar recurso. Não tenho mais. Para fazer a Santa Casa funcionar da maneira que vocês estão vendo; com médico 24 horas, com enfermeiro, obstetra, que é o mínimo que tem que ter para uma Santa Casa existir, eu vou precisar infelizmente ou felizmente do auxílio da comunidade”, afirmou o provedor do hospital.
Assim, anunciou ele que campanha “A Santa Casa também é sua” com intuito de sensibilizar a população está sendo lançada. O objetivo é reforçar a consciência de que o hospital é de toda comunidade e buscar que as pessoas possam contribuir com a entidade. “Nós agora estamos lançando uma campanha para mobilizar a população em geral. Nós próximos dias vamos divulgar a conta, para caso o cidadão comum queira ajudar com R$10, R$15, R$20, R$5, o que quiser, pode ajudar”.
De acordo com Marcos em um primeiro momento, a diretoria buscou apoio através do Sindicato Rural e Sindicato de Trabalhadores Rurais de Palmeira. “Então corremos nesses sindicatos primeiros porque estamos exatamente no período que eles estão colhendo. Tanto o fumeiro que está terminando a safra e o agricultor de soja que está iniciando a safra”, contou Bordinhão.
Segundo o provedor, a campanha “A Santa Casa também é sua” será permanente e as informações da conta para que a população possa colaborar deve ser divulgada no início da próxima semana. “O hospital não é meu, não é seu, não é só do produtor ou trabalhador rural do sindicato. Ele é da comunidade inteira. Temos uma gama de profissionais que com toda certeza vão nos ajudar e se sensibilizar com a causa. Agora vamos montar a publicidade para ajustar a companha e possivelmente na segunda-feira (16), no máximo terça-feira (17) estará tudo preparado para divulgação”, pontuou Marcos.
Foto: Bruna Camargo
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