Em entrevista à Ipiranga FM, o vereador Lucas Santos, procurador chefe da Procuradoria da Mulher de Palmeira, e Vanessa Albano, procuradora adjunta, ambos membros da Câmara Municipal, falaram sobre detalhes e a importância da Procuradoria da Mulher no município.

Lucas Santos iniciou a conversa relembrando o início da Procuradoria, o projeto teve seu pontapé inicial após uma visita à ALEP, onde Lucas conheceu a Procuradoria da Mulher junto a Vanessa Albano e os alunos do Parlamento Jovem. A busca por conhecimento resultou na implantação da Procuradoria em Palmeira, em meio também as campanhas do Agosto Lilás, que visam o combate a violência contra mulher.

Espaço físico

Lucas e Vanessa falaram sobre a importância do espaço, projetado para receber as mulheres com dignidade, longe do ambiente de uma delegacia comum. “A Procuradoria da Mulher de Palmeira tem como missão representar e defender todas as mulheres, fiscalizando e fortalecendo políticas públicas de combate à violência doméstica. O órgão também recebe denúncias e encaminha os casos aos órgãos competentes, como Ministério Público, polícias civil e militar, entre outros”, comentou Vanessa.

Denúncias

Sobre o recebimento de denúncias, Lucas explicou que a Procuradoria pode ser acionada diretamente na Câmara Municipal na rua Coronel Vida, 211, de segunda a sexta-feira. Os canais de contato incluem telefone: 42 3252 1648 ou WhatsApp: 42 9 7602-2300, e-mail: [email protected], instagram: @procuradoriadamulherpalmeira, é garantido à mulher a possibilidade de denunciar de forma discreta.

Vanessa ressaltou que a Procuradoria atua não apenas ao lado de órgãos competentes, mas também oferece acompanhamento às vítimas, garantindo suporte jurídico e psicológico. “Os feedbacks da população têm sido muito positivos, e estamos contanto com apoio de instituições e empresas interessadas em colaborar com o projeto”, acrescentou Lucas.

Casos atendidos

A entrevista também abordou a variedade de violências atendidas pela Procuradoria, indo além da física, incluindo abuso sexual, violência patrimonial, moral e psicológico. O destaque foi para a importância da denúncia, quebrando o ciclo vicioso da violência. “Nós já atendemos 13 mulheres, em 13 casos que foram recebidos e tratados com eficácia. A violência não escolhe classe social nem gênero. Pode ocorrer a qualquer momento, e o grande impulso é a denúncia; a mulher precisa sentir-se à vontade para reportar o ocorrido. A Procuradoria, com sua sala estruturada, proporciona um ambiente acolhedor, permitindo que a vítima se expresse livremente. Em cada caso, realizamos todos os encaminhamentos necessários para garantir seus direitos, inclusive oferecendo suporte financeiro, como a orientação para a contratação de um advogado dativo, se necessário. Dessa forma, buscamos assegurar que ela tenha o apoio necessário para todos os encaminhamentos”, destacou Vanessa.

A procuradoria reforça seu compromisso com a proteção da identidade das denunciantes e vítimas. Mesmo durante o recesso parlamentar que vai até fevereiro, a Procuradoria continua seus atendimentos.

Atividades de 2023

A Procuradoria da Mulher de Palmeira além de oferecer suporte e acolhimento, promove a conscientização na comunidade. “Gostaria de destacar um pouco das atividades que realizamos no ano passado, o que considero bastante interessante, além dos atendimentos, buscamos proporcionar informações para essas mulheres. No ano anterior, em parceria com a polícia civil, realizamos uma palestra na Câmara sobre violência doméstica, com a presença da Delegada da Polícia Civil do Paraná (PCPR), Dr Cláudia Kruger. Trouxemos mulheres das localidades de Boavista, Limeira, Campestre, Faxinal dos Mineiros e Correias, fornecendo a elas informações muito importantes. Essa abordagem tem sido levada a vários projetos e eventos que participamos ao longo do ano passado”, destacou Lucas Santos.

Projeto Semear: Semeando Autocuidado e Cultivando Amor Próprio

Lucas adiantou projetos para o ano corrente, destacando o projeto “Semear”, voltado para mulheres do campo, com a inauguração prevista para fevereiro. O projeto busca levar informações sobre violência doméstica e oferecer atividades que incentivem o autocuidado e o amor próprio. “Falando sobre os projetos deste ano, tivemos um pouco mais de tempo para elaborar um planejamento para os primeiros seis meses. Optamos por um enfoque semestral, embora inicialmente pensássemos em um plano anual, para estar preparados caso surjam novos temas ou fatos ao longo do segundo semestre. No ano passado, a maioria dos 13 casos atendidos era de mulheres do interior. Por isso, nos concentraremos nos primeiros seis meses em atendimento específico às mulheres do campo”, contou Lucas.

O projeto ‘Semear: Semeando Autocuidado e Cultivando Amor Próprio’, visa levar informações sobre violência doméstica e oferecer diversas atividades para as mulheres do campo. “No dia 19 de fevereiro, realizaremos a inauguração do projeto em Witmarsum, com parceiros que nos apoiam, incluindo a Agência do Trabalhador, que trará um curso pelo Senac sobre culinária diretamente para as mulheres do campo. Elas poderão aproveitar suas plantações para desenvolver produtos comercializáveis, contribuindo para uma melhor rentabilidade familiar”, disse o vereador.

Ouça a entrevista completa

Texto e foto: Andrea Borges