Cuidar da saúde é um ato de amor. No entanto, quando se fala de saúde da mulher essa frase tem muito mais significado. Acostumadas a cuidar de tudo e de todos, muitas mulheres deixam o cuidado consigo em segundo plano. Além isso, é comum que o tema ainda seja tabu. A informação e claro, a consciência de que o cuidar é se amar, são essenciais para nossa vida.
Durante este mês que é marcado pela campanha do Outubro Rosa para conscientizar especialmente sobre Câncer de Mama, a temática da saúde da mulher entra em destaque.
E sim, em todos os meses do ano o assunto precisa e merece ser abordado e difundido. No entanto, são em campanhas como esta, que temos a oportunidade de intensificar a conscientização, informar e destacar a importância em falar sobre.
A Fisioterapeuta Pélvica Ariane Barausse, tem contribuído para o debate sobre saúde da mulher seja pelo Instagram ou através da Ipiranga no programa “De bem com a vida”. Ela conta que foi trabalhando com Pilates durante sete anos que percebeu a necessidade de muitas mulheres em ir além ao cuidado com seu bem-estar. “Eu via que isso [pilates] estava sendo insuficiente, pois as mulheres procuravam outro tipo de atendimento pois tinham dificuldades em realizar exercícios, relatavam queixas, dificuldade para se relacionar, dor na relação sexual, diminuição da libido e através da fisioterapia pélvica eu sabia que podia ajudar mais ainda essas mulheres. Mas o que me motivou buscar a fisioterapia pélvica foi uma situação que aconteceu comigo, comecei a ter dores pélvicas, dores na relação sexual e desconfortos após a primeira gestação e eu fui procurar ajuda para me tratar e acabei me apaixonando por essa área.
Reconhecendo a importância do tema, Ariane destaca porque este debate é essencial para conscientização e prevenção de doenças e inclusive para se olhar com mais amor. “Falar sobre a saúde da mulher é importante também para trazer uma conscientização que da mesma forma que a gente trata problemas, por exemplo, nos olhos, problemas nas mãos, no resto do corpo, é importante olhar para nossa saúde íntima com carinho com amor com respeito. Podemos prevenir doenças e tratar outras doenças que muitas vezes nos incomodam muito e por vergonha, por tabu vamos deixando de procurar ajuda então é importantíssimo a falar e conscientizar”, destacou a profissional
Ao falar sobre o relato de mulheres que já acompanharam na Ipiranga FM a abordagem do assunto, Ariane comenta que são esses feedbacks que a motivam ainda mais. “Já tive pacientes que fizeram pela primeira vez exame ginecológico, que descobriram que estavam com uma doença grave, já atendi mulheres que fazia mais de 8 anos que não tinha relação sexual porque tinham uma doença chamada vaginismo e já tinham passado por avaliações e não descobriram e quando vieram até a fisioterapia pélvica realizada por mim, conseguiram ter relação sexual após 8 anos. Já tratei mulheres que ouviram na Rádio e ouviram falar que não é normal perder xixi, nem que seja só uma gotinha, perder xixi nunca é normal, e a partir disso procuraram ajuda e voltaram a sair de casa, voltaram a ir à Igreja, porque elas não conseguiam nem ir à igreja, não iam em eventos… Já recebi vários feedbacks e isso motiva cada vez mais a estudar a procurar informação para repassar para essas mulheres e fazer com que elas tenham uma qualidade de vida ainda melhor”, contou ela.
A profissional enfatiza que estar atenta ao próprio corpo e buscar conhecer os gatilhos que dão início aos sintomas, é essencial. Afinal, cuidar de si é também um gesto de amor.

Texto: Bruna Camargo
Foto: Arquivo Pessoal