Em entrevista ao Noticiário P7 desta quinta-feira (05) o Presidente da Associação dos Produtores Ecológicos de Palmeira (APEP) Luiz Alfredo Sluzars comentou sobre a trajetória da produção e comercialização de alimentos orgânicos em Palmeira e região.

De acordo com o Presidente da APEP, somam-se duas décadas de trabalhos relacionados a agricultura familiar orgânica no Município, ele comentou que início de tudo se deu através de conversas entre agricultores que tinham a tradição de plantio e conservação de sementes e raças. “Logo após isso começamos a discutir a questão da produção orgânica sem adubo, sem veneno, e nós começamos o programa de merenda escolar orgânica no município e ele foi o primeiro programa de merenda escolar orgânica do Brasil, 75% de toda a merenda escolar, era a produção orgânica, nós tínhamos mais de 60 famílias envolvidas na produção, então, a partir disso, a gente criou a APEP lá em 2002. Em 2013, foi criada a lei de produção orgânica e gente já estava com a nossa associação criada e começamos a crescer nesse sentido”, comentou Luiz Alfredo.

Um tempo depois, sem o programa de merenda escolar orgânica, os agricultores partiram para a produção de tabaco orgânico, que segundo Luiz Alfredo foi uma produção que cresceu muito no município. “Inclusive Palmeira era a capital nacional do produção de fumo orgânico por muitos anos. Depois também, isso tudo foi mudando e a tecnologia foi chegando e hoje não existe mais que até onde eu sei, aqui no município a produção de tabaco orgânico. Muitos desses agricultores partiram para a produção química, e alguns agora que começaram a voltar com o orgânico. No geral, a APEP existe hoje por trabalho dedicação e persistência de um grupo de agricultores”, disse.

Ao falar da agricultura orgânica de Palmeira, vem a mente o espaço ‘Feira Verde’ em frente ao cemitério municipal, segundo Luiz Alfredo, atualmente 11 famílias são certificadas para comercializar suas produções no local, aos sábados a partir das 6:00 da manhã.

Para este ano, ele comentou que o objetivo da APEP é ampliar o grupo de famílias, realizar mais vezes o café da partilha, e ele destacou também a expectativa em receber mais incentivos do governo. “Nós estamos em uma expectativa de que o governo do estado, que já assinou no primeiro mandato do Ratinho um decreto dizendo que até 2030 toda a merenda escolar vai ser orgânica, e agora com a reeleição a gente espera que novos programas do governo do estado sejam colocados à serviço para fazer o cumprimento desse decreto. A nível do governo federal, foi recriado agora o Ministério da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário e da alimentação sustentável, então, a expectativa nossa é de que a agricultura familiar receba mais incentivos, mais apoios, novos programas”, disse Luiz Alfredo.

Texto: Andrea Borges

Foto: Elder Scolimoski