Palmeirense é campeã da Super Copa Integração de Velocross
Muito mais que a paixão pelo esporte, é a superação dos medos e de mostrar para si mesma que pode realizar tudo que busca e deseja. Estes são os principais motivos que levaram a Fernanda Pontes a ser atleta de velocross.
A palmeirense de 20 anos conquistou no último fim de semana a Super Copa Protork Integração de Velocross em São Mateus do Sul disputada em rodada dupla. “Acabei somando bons pontos e consegui ser campeã neste ano”, contou a pilota.
Fernanda revelou que a relação com a moto vem de sua infância e de certa forma pela influência de familiares.“Isso vem desde pequenininha, é de família. Cresci morando em uma chácara no interior de Palmeira e meu pai, meu irmão e primos tinham moto de trilha e nós nos divertíamos muito com isso, então sempre estava junto com eles e gostava muito”, lembrou ela.
No entanto, a Copa Palmeira de Velocross que aconteceu ano passado no município foi o que levou a estudante de Nutrição a se desafiar. “Com o velocross em si eu não tinha contato. Eu gostava muito, mas somente via vídeos na internet mesmo. Com o passar do tempo cada um teve que seguir suas responsabilidades e acabaram vendendo as motos de trilha e não tive mais contato. Até que ano passado teve o Campeonato aqui em Palmeira que é a Copa Palmeira de Velocross. Esse ano não pôde acontecer por causa da pandemia, mas estava acontecendo e eu me interessei muito e falei ‘pode ser uma oportunidade’. Não tinha moto, mas emprestei e participei mesmo sem a experiência neste tipo de campeonato”, disse Fernanda.
A pilota conquistou o 2° lugar nesta competição. “Acabou sendo uma corrida muito boa. Acho que por estar correndo em casa e fazendo o que eu gosto acabou dando tudo certo e ainda consegui um 2° lugar”, destacou a palmeirense.
Após esta experiência vieram outras competições ainda com uma moto emprestada. “Indo mais para sentir mesmo o que eu sempre sentia desde pequena. Na metade do ano passado acabei ganhando uma moto do meu tio. Aí tenho minha própria moto e continuo (competindo) até hoje”, contou a jovem.
Sobre competições que mais marcaram sua vida, Fernanda lembra de uma participação em Guarapuava neste ano. “Todas as corridas deixam uma marca, seja ela um aprendizado ou uma vitória. Mas recentemente em setembro eu competi em Guarapuava e desde a pandemia foi a primeira corrida que teve então eu estava sem muitas expectativas, acabei ficando muito tempo sem treinar. Tinham 17 meninas competindo e era um nível bem alto. Mas acabei tendo uma boa corrida, fiz uma boa largada e acabei chegando em 2° lugar bem próxima da primeira colocada que é uma ídola minha no esporte”, disse ela.
Ao falar sobre a participação das mulheres no esporte, Fernanda contou sobre união entre elas e destacou o crescimento do público feminino. “Isso nos orgulha muito porque cada competição tem mais mulheres participando. Ainda no esporte nossa categoria é somente uma; somente a categoria feminina. O restante se quiser participar é junto com homens. Por causa da minha experiência, prefiro correr só feminino por enquanto”, explicou.
Sabe-se que o machismo está presente em todos os lugares e no esporte não é diferente. “O estranhamento sempre tem, até porque também sou bailarina desde os meus 3 anos de idade. Mas é isso que me vejo fazendo, gosto tanto do esporte como o balé me identifico muito bem. E sempre tem o machismo infelizmente até hoje no esporte, o número de mulheres ainda é menor, vem crescendo muito, mas sempre tem aquele estranhamento”, falou Fernanda.
Em relação a preparação para as competições, a atleta explica que são necessários além dos treinos com a moto, o preparo físico. “Esse esporte exige bastante treinamento tanto físico como de moto mesmo, o que tenho bastante dificuldade nesta parte, porque como trabalho durante o dia e a noite ainda vou para Ponta Grossa na faculdade, acabo não conseguindo treinar com moto durante a semana. Mas sempre que possível nos finais de semana eu busco ir para treinar e também durante a semana eu busco manter meu treino físico, pelo menos três vezes na semana”, contou a pilota.
Para ela, o apoio da família e amigos é essencial e indispensável em cada competição. “Tanto minha família, como meus amigos que consideram da família sempre estão dando total apoio e isso faz toda diferença porque não só nesse esporte, mas acredito que em vários outros não somos nada sozinhos. Tanto em uma conquista como em uma derrota sempre tem alguém por trás”.
Fotos: Arquivo Pessoal
Texto: Bruna Camargo
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