Padre João Marcos Polak fala sobre o significado do presépio no Natal
Ao passar pelo tempo do advento a chegada do Natal traz agora reflexões sobre o nascimento de Jesus Cristo, o Padre João Marcos Polak, compartilhou o significado e a importância da tradição do presépio para melhor vivenciar a data.
Ele iniciou contando como é importante cultivar tradições, no caso o pinheirinho e presépio, marcam a história do nascimento de Jesus Cristo. O presépio deve ser montado no primeiro domingo do advento e desmontado no dia 6 de janeiro, data em que a igreja católica celebra solenidade da epifania do senhor. Segundo ele o termo vem do latim ‘presepe’ e significa estrebaria/curral onde o menino Jesus nasceu. “A presença do menino Jesus no estábulo demonstra a grandeza de Deus apresentada na fragilidade de uma criança, está é a origem. O presépio foi criado por São Francisco de Assis em 1.223, ele montou o primeiro presépio em uma Gruta na Itália. Na época, a igreja não permitia a realização de representações e turísticas nas paróquias, mas São Francisco pediu a dispensa da proibição para lembrar ao povo a natividade de Jesus Cristo”, disse.
O objetivo de São Francisco era facilitar a compreensão do nascimento de Jesus. No Brasil, a cena do presépio foi apresentada pela primeira vez aos índios e colonos portugueses em 1552, por iniciativa do padre José de Anchieta.
O que cada elemento do presépio representa?
Animais: Segundo o padre os animais representam a natureza a serviço do homem e de Deus e com o nascimento de Jesus eles forneceram calor. “Simboliza a simplicidade do local onde Jesus quis nascer”, disse.
Pastores: Depois de Maria e José, os pastores foram os primeiros a saberem do nascimento do Salvador. “Os pastores também simbolizam a humildade, pois naquele tempo a profissão de pastor era uma das menos reconhecidas”, disse.
Anjo: Ele representa o céu que celebra o nascimento de Jesus. “O anjo é o mensageiro de Deus, comunicador da boa notícia, o anjo do presépio normalmente segura uma faixa com a frase ‘Gloria In Excelsis Deo’ que significa Glória a Deus nas alturas”, disse.
Estrela: A estrela simboliza a luz de Deus que guia o encontro do Salvador. “Ela orientou os reis magos de onde estava Jesus e é a indicação do caminho que se deve percorrer para encontrar o menino Jesus, os reis magos, Belchior, Gaspar e Baltazar eram homens da ciência que conheciam a astronomia, medicina e matemática, eles representam a ciência que vai até o Salvador e o reconhece como Deus. Segundo São João Paulo, a verdadeira ciência nos leva a fé, pois nos revela a grandeza da criação”, disse.
Ouro, incenso e mirra: Outra simbologia é o ouro, incenso e mirra, que são os presentes que os magos ofereceram ao menino Jesus. “Ouro significa a realeza, era um presente dado aos reis, o incenso significa a divindade, um presente dado aos sacerdotes, sua fumaça simboliza as ações que sobem ao céu, dando este presente a Jesus, os magos reconhecem que o menino é divino e a mirra simboliza o sofrimento e a eternidade, é um presente profético, que anuncia que Jesus vai sofrer, mas também que seu reinado será eterno”, disse.
José: O pai adotivo de Jesus ou homem que o assumiu como filho. “Ele lhe deu um nome, um lar, e o ensinou uma profissão e lhe concedeu a experiência de ser filho de um pai terreno.
Maria: A mãe do menino Jesus, a escolhida para ser a mãe do Salvador. “Ela disse o sim a vontade de Deus e por ela a humanidade recebeu Jesus.
Jesus: O filho de Deus que se fez homem para dar a sua vida pela humanidade. “A ele foi concedida a condição divina e não se prevaleceu de sua igualdade com Deus, mas aniquilou se a si mesmo”, disse.
Importância de ensinar as tradições e o sentido atemporal
O padre comentou que o ser humano as vezes perde as tradições. “Nós vamos perdendo às vezes essa questão do significado das coisas, esses dias em uma missa eu até falava sobre a importância das 4 velas, o porque das cores, e também essa importância do presépio, porque nos faz recordar, onde o menino Jesus nasceu, e por que ele nasceu no meio do de animais, nasceu em Belém, numa estrebaria, como nós sabemos, então para ir passando isso para as crianças, para as nossas gerações, porque um povo sem tradição é um povo vai se perdendo”, finalizou.
Por Rinaldo Agottani e Andrea Borges
Foto: Pixabay
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