Padre Adriano Da Levedove convida fiéis a profunda jornada espiritual na Semana Santa

Padre Adriano Da Levedove convida fiéis a profunda jornada espiritual na Semana Santa

Publicado em: 22 mar, 2024 às 15:40

No noticiário P7 de sexta-feira (22), o Padre Adriano da Levedove, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Conceição fez uma reflexão a cerca da Semana Santa, e convidou aos fiéis e ouvintes a uma jornada espiritual mais profunda neste período tão significativo para a fé cristã.

A conversa teve início com uma reflexão sobre o Domingo de Ramos, marcado pela aclamação a Jesus Cristo em sua entrada triunfal em Jerusalém. Padre Adriano destacou a importância de refletir sobre nossas próprias expectativas em relação a Cristo, ressaltando que muitas vezes desejamos um Cristo que corresponda às nossas fantasias, mas a verdadeira essência de Cristo é aquela revelada nos Evangelhos, um servo humilde que se entrega por amor.

Passando para a Quinta-feira Santa, o padre abordou a instituição da Eucaristia e o gesto do lava pés, destacando a importância de estar com Cristo não apenas nos momentos de glória, mas também na simplicidade e na humildade. Ele enfatizou que a presença de Cristo está nos lugares improváveis, convidando os fiéis a encontrarem Deus nas situações cotidianas e simples da vida.

Ao discorrer sobre a Sexta-feira Santa, o pároco abordou o simbolismo da Cruz de Cristo como um convite ao amadurecimento espiritual e à aceitação das provações da vida. Ele ressaltou que a verdadeira libertação vem ao abraçarmos nossas fragilidades e enfrentarmos as frustrações com fé e coragem, seguindo o exemplo de Jesus que encarou a morte para vencer a morte.

Sermos como “Emanuel”

Na véspera da celebração da Vigília Pascal, o pároco destacou a importância de sermos como “Emanuel”, ser Deus conosco, e sermos luz na vida das pessoas, guiando-as com amor e compaixão. “Temos que ser Emanuel, temos que ser Deus conosco, temos que ser luz. A presença de Cristo na vida de outras pessoas é fundamental”, destacou o Padre Adriano, rememorando uma homilia que utilizou ao longo do ano.”Luz é o que Cristo representa em nossa existência. Ele é uma luz que vence as trevas, as escuridões, a sombra, e nós também precisamos ser luz”, disse.

Ele prosseguiu, fazendo uma análise do cenário atual. “Nosso mundo está dominado pelas sombras, pela escuridão. Guerras, mortes de crianças, genocídios, entre tantos outros absurdos, parecem ser algo normal”, disse. Refletindo sobre essa realidade sombria, o padre questionou: “Estamos sendo dominados pela sombra do mundo ou pelas trevas?”

O pároco ainda ponderou sobre a busca pela luz em meio às adversidades. “Algumas pessoas anseiam pela luz, mas sem perceber, acabam contribuindo para a guerra. Estão tomadas pelo aspecto sombrio”. Ele ressaltou que essa sombra acompanha a humanidade há séculos, sendo intensificada na última década, especialmente com a pandemia.

Diante desse contexto desafiador, o padre pergunta: “O que Cristo faria? Ele clamaria por guerras, por armas, por divisões, ou por amor, pelo perdão, por uma evolução do pensamento humano?” Ele enfatizou a importância de seguir o exemplo de Cristo, colocando-se nas mãos de Deus e permitindo que Ele guie a humanidade.

“Ser Cristo neste mundo é simples: é confiar em Deus e deixar que Ele nos conduza”, afirmou o padre Adriano, lembrando as palavras de Jesus no Jardim das Oliveiras. “Jesus se entregou nas mãos de Deus, mesmo diante da Cruz, demonstrando compaixão por aqueles que o crucificavam. Ressuscitar com Cristo é encontrar o amor de Deus em cada ação”, concluiu.

Domingo de Páscoa e também a figura de Maria Madalena

Por fim, ao abordar o Domingo de Páscoa e também a figura de Maria Madalena durante a conversa, Padre Adriano convidou os fiéis a serem sensíveis à presença de Cristo ressuscitado em suas vidas, assim como Maria Madalena foi “intuitiva” ao perceber a ressurreição. “Apóstola dos apóstolos, esse é o tema de Maria Madalena, a grande apóstola. É interessante que as primeiras testemunhas da ressurreição de Jesus Cristo sejam as mulheres, um grande grupo delas o seguia, com uma sensibilidade feminina para perceber o que outros não percebem”, explicou Da Levedove

O Padre continuou explicando o simbolismo da história. “Vamos lá, temos dois soldados romanos naquele momento, e eles não têm essa percepção, não se dão conta do que aconteceu e adormecem, é muito simbólico isso, o adormecer dos soldados romanos, incapazes de enxergar. Mas Maria Madalena, ela vai com uma esperança no coração, intuitiva, corajosa o suficiente para se aproximar da morte, ao contrário de muitos de nós que evitamos encará-la. Ao chegar ao túmulo, ela encontra-o vazio e ouve as palavras: ‘A quem procurais, ele não está mais entre vós’. Sua intuição a guia além da morte, para uma nova compreensão da vida em Cristo. Maria Madalena nos convida a seguir nossa intuição na fé, mesmo quando não vemos claramente. A ressurreição está diante de nós, esperando para ser percebida pelo coração”, acrescentou.

Ao ser questionado sobre a Semana Santa, o padre enfatizou. “É o centro de toda a nossa liturgia, a principal celebração que começa na quinta e se encerra no sábado. É importante não apenas repetir os rituais, mas revivê-los, fazer memória do mistério da ressurreição de Cristo”, disse Adriano.

Ao final da entrevista, Padre Adriano fez um convite caloroso aos paroquianos para participarem das celebrações da Semana Santa, tanto na Igreja Matriz quanto em suas comunidades locais, convidando a todos para uma experiência de fé e renovação espiritual.

Ouça a entrevista completa

Texto: Da redação

Foto: Paróquia Nossa Senhora da Conceição / Pascom 2023