No Dia Internacional das Mulheres Rurais, agricultoras comentam sobre suas trajetórias no campo
Hoje (15) celebra-se o Dia Internacional das Mulheres Rurais. A data foi instituída pela ONU em 1995, com a proposta de elevar a consciência mundial sobre o papel da mulher do campo. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), as mulheres constituem 40% da mão de obra agrícola nos países em desenvolvimento.
A data visa promover o protagonismo no desenvolvimento sustentável, dando visibilidade ao papel feminino como agente econômico, uma vez que seus trabalhos e esforços contribuem diretamente com a agricultura e o agronegócio brasileiro, seja em pequenas ou grandes propriedades rurais.
Sandra M. P Lopes da comunidade de Passo Tio Paulo, conta que desde pequena ajudava sua mãe na horta, já trabalhou com plantação de fumo, e há 5 anos iniciou junto ao seu marido uma diversificação de plantações na propriedade. Há 2 anos já não plantam mais o fumo, e se especializaram em tubérculos, batata, salsa e mandioca, realizando entrega na merenda escolar e em mercados em Palmeira. Atualmente estão fazendo uma transição de uma área da propriedade para a certificação orgânica pelo grupo São Francisco.
Sandra pontua que as mulheres tem muita importância e que além de cuidar da casa e cuidar dos filhos, conquistaram seu espaço e nos dias atuais estão a frente de muitas decisões em suas propriedades. “As mulheres estão buscando novas alternativas, formas de diversificar e vender seus produtos, elas estão valorizando as propriedades e produzindo uma variedade muito grande de alimentos em pequenos espaços, pensando no bem-estar de sua família”, disse.
Para ela, hoje as mulheres do campo são mais unidas, buscam conhecimento juntas. “Um exemplo dessa união, é um grupo informal que se formou na minha comunidade, o grupo ‘passo delas’, um grupo que está dando, como o nome já diz, ‘o primeiro passo para a diversificação das suas propriedades’, indo além da cultura do fumo que é muito forte na nossa região. Buscamos conhecimento e fazemos cursos para cada vez mais agregar valor ao nosso trabalho e com isso gerar renda para nossas famílias. Ser mulher do campo é um orgulho”, destacou Sandra.
Claudete Barbosa Lorena de 41 anos e Margarete Motta de 62, ambas moradoras do Assentamento Palmares 2 do Município de Palmeira, são agricultoras, elas comentam que trabalham com muita satisfação e compromisso para produzir alimentos de qualidade para a mesa de muitas pessoas.
Claudete trabalha há 25 anos no ramo, e atualmente produz verduras orgânicas certificadas e revende na Feira Verde em frente ao cemitério municipal todos os sábados, ela convida a comunidade a prestigiar seu trabalho e adquirir seus produtos.
Margarete Motta, trabalha há 4 anos com produção de hortaliças, sementes e frutíferas. “Nossa produção é voltada para alguns projetos sociais em prol de pessoas carentes e também voltada à merenda escolar. Participamos de feiras da agro ecológicas junto com o grupo São Francisco, o nosso trabalho começa muito cedo, ele é árduo, mas é feito com muita satisfação, pois temos o compromisso de produzir comida de qualidade”, destacou Margarete.
Texto: Andrea Borges com informações de Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos
Fotos envidas pelas entrevistadas
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