Historiador explica sobre o processo histórico até a Proclamação da República

Historiador explica sobre o processo histórico até a Proclamação da República

Publicado em: 15 nov, 2022 às 10:19

Hoje 15, o Brasil celebra feriado da Proclamação da República, ocorrida em 1889. Segundo informações do site InfoEscola, a data foi resultado de um levante político-militar que deu início à República Federativa Presidencialista, que deixou marcada a figura de Marechal Deodoro da Fonseca como responsável pela efetiva proclamação e como primeiro Presidente da República brasileira em um governo provisório (1889-1891). 

O Historiador Paulo Tauffer explicou que a Proclamação da República, assim como tantas outras datas comemorativas, referentes a fatos determinantes da política nacional não se resumem a um acontecimento específico ou a um curto espaço de tempo, e são consequências de décadas de processos históricos cujas consequências ainda são sentidas até hoje. “Quando pensamos na Proclamação da República, especificamente temos que retomar décadas anteriores desde a guerra do Paraguai, por exemplo, em que começa a haver um desgaste muito grande da instituição monárquica no Brasil, e que marca também o surgimento de uma classe militar envolvida na política. Passa se a ver de forma mais crítica a presença da instituição escravista no Brasil, então, vários elementos vão se formando décadas anterior a Proclamação da República em si”, disse. 

Paulo comenta que quando ocorre o 15/11/1889, a figura do Imperador já estava muito desgastada, mesmo Dom Pedro II, sendo alguém que até frente à opinião pública, era alguém querido, mas a instituição, a figura imperial, não era bem-vista. “Inclusive o futuro dessa família imperial, afinal de contas, Dom Pedro II, deixaria o trono para a sua filha, a Princesa Isabel, que estava casada com o Conde d’Eu, que era alguém muito malvisto, muito mal-quisto inclusive pelo próprio Imperador, pelo próprio sogro. Então, um desgaste muito grande que culmina, na Proclamação da República que na prática, vai ser um golpe, um golpe militar na figura do Imperador, inclusive, um dos líderes, ou o principal líder desses militares era o Marechal Deodoro da Fonseca, que era amigo pessoal do Imperador, o que atesta, inclusive pra gente o caráter muito institucional desse golpe, e o caráter de macro política, ou seja, as relações pessoais, porém, isso tudo não valeu na hora de se decidir os futuros os rumos da política”, explicou o historiador. 

O Historiador destaca também que o povo não teve participação direta nesse acontecimento, e comenta que o Brasil foi o último a se tornar república. “A Proclamação da República vai ser sim um golpe militar de fato, com pouquíssima participação do povo nesse processo, em que o ideal republicano que vinha crescendo conseguiu então sobrepujar o ideal monárquico exatamente por um desgaste  daquela outra forma de governo, então, foi um processo longo, o Brasil, inclusive, em comparação com todos os outros países da América Latina, vai ser o último,  a se tornar uma República, foi um processo que não foi tranquilo, mas ao mesmo tempo a  monarquia já não tinha mais caminhos aqui no Brasil, aliás, quase que no mundo ocidental todas monarquias já estavam todas perecendo”, disse Paulo. 

 

 

Texto: Andrea Borges com informações de InfoEscola

Foto: Canva