Historiador destaca séculos de perseguição as minorias até chegar ao Holocausto

Historiador destaca séculos de perseguição as minorias até chegar ao Holocausto

Publicado em: 27 jan, 2023 às 11:16

Segundo informações do site Eurocid, dia 27 de janeiro assinala-se, anualmente, como o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Este dia foi implementado através da Resolução 60/7 da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a 1 de novembro de 2005.

Este crime, constitui um dos maiores crimes contra a Humanidade de que há memória. Por outro lado, pretende-se educar para a tolerância e a paz, bem como alertar para o combate ao antissemitismo.

Ao comentar sobre a data, o Historiador Paulo Tauffer explica sobre o processo de criação do Holocausto. “Como definição rápida, o Holocausto foi um plano alemão nazifascista de destruição, de extermínio dos povos judeu. Então, a Alemanha, desde 1936, começa a perseguir as minorias judaicas na Alemanha, entre outras minorias étnicas, mas principalmente os judeus, houve um processo massivo de propaganda, para desumanizar essas pessoas, para torná-las culpadas por fracassos alemães, houve toda uma propaganda sobre uma raça pura, sobre uma superioridade racial, então a partir de todo esse racismo que foi alimentado, começaram as perseguições. Então, as desapropriações desses dessas comunidades judaicas, perseguição política impedia a manifestação cultural. Enfim, os judeus se tornaram realmente cidadãos de segunda de segunda categoria perante aos nazistas”, explicou.

O Historiador detalha que passo seguinte então, foi criar os guetos na Alemanha para realmente separar o que eles consideravam como população Ariana pura da população judaica, ao mesmo tempo, várias famílias já conseguiram fugir da Alemanha e denunciavam que estava acontecendo. Apesar das denúncias nunca aconteceu nada e não foi tomada nenhuma uma medida até aquele momento. “Até que em 1940 começa o plano de extermínio através dos campos de concentração, é ai que Holocausto começa, estima-se que até 6 milhões de pessoas morreram nesse processo, algo sem precedentes na história, nós estamos falando de uma máquina de matar, foi uma fábrica de mortes, então o campo de Auschwitz que é o mais famoso, consistia num processo de você levar essas pessoas para Auschwitz, para outros campos de concentração, fazer a seleção, e as que estivessem bem de saúde iriam trabalhar (trabalho forçado/escravo), e a partir do momento em que a saúde estava debilitada pelos maus-tratos, pela fome e tudo mais, essa pessoa era levada para uma câmara de gás e eram mortas”, descreveu Paulo.

Então em 27 de janeiro de 1945, o exército vermelho, o exército soviético, adentra Auschwitz e percebe o que está acontecendo ali, libertando aquele campo de concentração.

Paulo destaca que foram séculos de perseguição as minorias até chegar ao Holocausto. “Este dia vai servir para que não se esqueça o que aconteceu, para que não se repita o que aconteceu, para que as pessoas tentem se conscientizar de que primeiro: não foi em 1940 que começou Holocausto, tão pouco em 1933, com a ascensão do Hitler, na verdade, são séculos e séculos  de perseguição contra minorias”, comentou.

O Historiador comenta que este dia serve para reflexão sobre outras minorias que são perseguidas hoje em dia. “Tivemos várias pessoas que sobreviveram ao Holocausto e que puderam contar sua história, porém essas pessoas estão todas falecendo, o tempo vai passando,  existem cada vez menos sobreviventes para contar sua história em primeira mão, então nossa missão de relembrar, de não deixar esquecer de sempre estar contando o tamanho do horror, as dimensões do horror nazista acabam ficando cada vez mais precisas, mais necessárias”, finalizou.

Texto: Andrea Borges com informações de Eurocid

Foto: Canva