Grupo de apoio ao luto 'Em frente' busca ajudar famílias enlutadas através da terapia em grupo

Grupo de apoio ao luto 'Em frente' busca ajudar famílias enlutadas através da terapia em grupo

Publicado em: 2 nov, 2022 às 10:27

O grupo de apoio ao luto “Em frente” da Ação Social Imaculada Conceição (ASIC) foi criado com o objetivo de ajudar famílias enlutadas através da terapia em grupo, rodas de conversa, musicalidade, visitas e palestras de motivação à vida.

Surgimento
Cleusa Czelusniak Woinarovicz, uma das integrantes, conta que o grupo surgiu a partir de um relato dela em uma missa que participou junto com Pároco Padre Adriano da Levedove, no interior do município. “Enquanto eu falava, me veio que eu teria que fazer algo diferente,  algo a mais para as pessoas que se encontram em luto. Então, nesta missa que eu participei, tinha 3 famílias que eles tinham perdido alguém e me tocou muito o coração”, contou ela ao lembrar que compartilhou a ideia com o Padre Adriano, que apoiou prontamente. “muitas vezes os padres não conseguem atender toda a população, não é? Então, a partir daquela conversa foi aumentando cada vez mais a formação desse grupo”, disse Cleusa.
Ela também lembrou que o nome do grupo “Em Frente” foi dado por Joselba Hass. A ideia era um nome curto e significativo. “(…) mesmo diante das das perdas, das dificuldades, das tristezas, temos um caminho para enfrentar”, explicou Cleusa. A integrante também contou que as letras E e M da logo do grupo formam dois corações. “Um deitado deitado e outro em pé. O deitado, é ligado a uma borboleta azul, que simboliza a espiritualidade e a metamorfose saindo do casulo, material da vida na Terra e do corpo físico e voando livremente para a eternidade”, contou Cleusa.
Luciani Rigoni de Pontes, que também faz parte do “Em Frente”, explicou que o grupo surgiu com intuito de contribuir para melhor compreensão do processo de despedida. “o objetivo do grupo é ajudar as pessoas, famílias enlutadas, através de terapia em grupo, roda de conversa, musicalidade, visitas, palestras de motivação à vida, valorização pessoal e familiar ou simplesmente oferecer um abraço”, contou.

Integrantes e objetivo do grupo
As integrantes do grupo contaram que 69 pessoas fazem parte do grupo do WhatsApp e que toda vez que o “Em Frente” é abordado na 91.7 FM aumentam as participações.  “A partir do grupo vamos nos comunicando melhor para ver qual dia realizaremos os encontros. Em média, quando marcamos os encontros presenciais, cerca de 10 a 15 pessoas participam”, relatou Cleusa.
Luciani também disse que o grupo acolhe as mais diversas pessoas que formam a rede de apoio, sendo familiares, colegas e até mesmo profissionais, além de outros enlutados. “No grupo a pessoa é acolhida sem julgamentos e sua forma de lutar com a própria dor é muito respeitada.  É um grupo aberto, um grupo que as pessoas estão convidados a participar. Eu vejo, portanto, da importância  de as pessoas estarem ali, porque através do grupo, temos essa integração pode estar fazendo essa auto ajuda para as pessoas que estão ali. Eu vejo que o luto não é só a perda, só a morte em si. Há outras crises que envolvem também o luto. Então, eu acho que qualquer pessoa, que está ali, vai estar ajudando, dando um apoio, ela vai estar dando um conforto e aquele abraço que é muito importante”, pontuou a integrante.

Encontros
Elas explicaram também que as reuniões geralmente são feitas quinzenalmente, nas segundas e terças. “Para que todos que estão envolvidos com o grupo possam participar, porque tem pessoas que podem na segunda-feira e tem pessoas que podem na terça, então para que todos tenham essa oportunidade de participar, a gente decidiu desta forma”, explicou Luciane.
“A questão de estar nesse grupo também é que às vezes em casa queremos ser fortes, não queremos chorar. Você não quer falar por exemplo, com os filhos mais novos. Na minha época, os filhos eram pequenos com quem eu iria falar? então eu senti falta de ter alguém que tivesse o mesmo sentimento, tivesse sentindo o mesmo sentimento. As pessoas que estão ali, elas estão passando por esse processo, então nada melhor do que aqueles que estão passando por esse momento serem ouvidos. É uma ponte de ligação com aqueles que já passaram e como passaram esse processo”, destacou Cleusa.

Ouça a entrevista

Parte 1

Parte 2

Texto: Bruna Camargo
Imagem: Divulgação