Entrevista: Dedé Santana revela história de vida com os Trapalhões

Entrevista: Dedé Santana revela história de vida com os Trapalhões

Publicado em: 8 fev, 2024 às 12:11

O Embaixador do Circo no Brasil, Dedé Santana, esteve em Palmeira nesta quarta-feira (07). Com um carisma enorme e transmitindo uma alegria contagiante, alegrou o público presente durante o espetáculo do Circo Rakmer.
Dedé Santana, cujo nome de batismo é Manfried Sant’Anna, nasceu em 29 de abril de 1936, em Niterói, no Rio de Janeiro. Ele é amplamente reconhecido por seu papel como um dos integrantes do famoso grupo humorístico “Os Trapalhões”, que marcou época na televisão brasileira nas décadas de 1970, 1980 e parte da década de 1990.
Em entrevista para o jornalista Elder Scolimoski, da Rádio Ipiranga, Dedé afirmou que toda sua família vem do circo. “Eu nasci no circo, eu nasci na barraca do circo. Minha família é toda… eu sou a oitava geração circense. Minha família é toda de circo, meu pai era um cigano, descendente de um cigano da Ucrânia, e minha mãe era uma afrodescendente. Meu irmão, meus tios, tudo circense”, apresentou a família.
Ao falar sobre o quarteto, Didi, Mussum, Zacarias e Dedé, ele contou que tudo começou com a dupla Dedé e Didi. “Depois o Mussum, que eu trouxe pro grupo, e o Zacarias, que o Didi o convidou. Aliás, tem um filme aí que fala muito sobre isso, chamamos o “Filmis”, que está na Globoplay. Muito bonito o filme, eu assisti, me emocionei, ali conta um pouco dessa história”, disse o humorista.
Dedé revelou que entre os Trapalhões, embora não transmitisse isso ao público, ele e o Didi eram os mais sérios do grupo e ocupavam o papel quase de diretor. “O Didi era a cabeça pensante, ele pensava muito. Por exemplo, eu nunca pensei em filmar nos Estados Unidos e ele veio com essa ideia de filmar em Hollywood. O Mussum já era mais brincalhão, o grande comediante do grupo. O único ator, aliás, do grupo era o Zacarias”, explicou.
Durante o bate papo, Dedé também falou sobre a evolução da comédia no Brasil e ainda opinou sobre os seus comediantes preferidos. “Hoje não se pode falar mais nada. Vai falar, não pode, não pode isso, não pode aquilo. Acabou com os comediantes, está todo mundo apelando para o palavrão. Hoje o grande comediante do Brasil, pena que ele largou, é o Tiririca. Ele é sensacional, é uma mistura de Costinha, Derci Gonçalves, ele é um cara sensacional. E o maior comediante do cinema, na minha opinião, é o (Leandro) Hassum”, opinou.
Sobre a relação de amizade com o Didi, e o fim da era dos Trapalhões, Dedé contou que nunca deixou de trabalhar. “Eu não parei nunca. Quando todo mundo pensou que eu tinha brigado e tinha parado, nós estávamos em Portugal. Nós ficamos quatro anos em Portugal, três anos e meio, primeiríssimo lugar de audiência. No ano passado, eu fiz três filmes. Um deles que está no Globoplay, ganhou 16 prêmios fora do Brasil”, revelou.
Outro registro da história dos Trapalhões, foi um livro lançado recentemente, no fim de 2023. “Eu não sou escritor, assim, mas eu escrevi da maneira que eu falo. Chama “Eu e meus amigos dos Trapalhões”, justamente, que conta todas as histórias dos Trapalhões. Esse livro não tem nas livrarias, eu não sou escritor, mas eu trago o livro comigo no circo”, contou Dedé.
Para concluir a entrevista, Dedé que é pai de oito filhos, tem 10 netos e três bisnetos, motivou as crianças a investirem nos estudos. “Eu queria pedir às crianças aí, não é mensagem, é um conselho. Estude. Gente, estude bastante, quem sabe você não vai ser o futuro presidente do Brasil. O nosso país é o maior do mundo em riquezas e tudo que você pensar o Brasil tem, aqui é aquela terra que plantando tudo dá, um beijo pra vocês, muito obrigado”, concluiu Santana.

Sobre o Circo Rakmer
O Circo Rakmer que está instalado às margens da PR 151, em frente ao Ginásio de Esportes Sebastião Amâncio dos Santos, encerra a temporada em Palmeira neste domingo (11). De acordo com o secretário do circo, Jonas dos Santos, a próxima cidade a receber o espetáculo será Irati.
Os preços dos ingressos estão promocionais, “agora todos pagam meia”, revelou Santos. Cadeiras centrais R$ 20 e laterais R$ 10. As apresentações permanecem às 20h30 até sexta-feira (09), sábado e domingo serão em dois horários (18h e 20h30).

Texto: Elder Scolimoski
Fotos: Jonas dos Santos