Dia da Consciência Negra será comemorado como feriado nacional em 2024
O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, será comemorado pela primeira vez como feriado em todo o Brasil em 2024. A data, que relembra a morte de Zumbi dos Palmares em 1695, líder do Quilombo dos Palmares, símbolo da resistência negra durante o período colonial, agora faz parte oficialmente do calendário nacional, após a sanção da Lei 14.759, em dezembro de 2023.
A lei, que já havia sido estabelecida em 2011 como feriado em seis estados, agora se estende a todo o país, celebrando a importância histórica da luta de Zumbi dos Palmares e a resistência do povo negro no Brasil. A medida foi amplamente comemorada, pois reconhece, de maneira formal, a necessidade de refletir sobre as contribuições e a história da população negra, que desempenhou um papel fundamental na construção da sociedade brasileira, mas que ainda enfrenta desafios em relação à igualdade racial.
Valorização da cultura e da história negra
Em entrevista ao Noticiário P7, a historiadora Lorenna Rochinski destacou a relevância de transformar o 20 de novembro em feriado nacional. Para ela, a data não apenas simboliza a memória de Zumbi dos Palmares, mas também é uma oportunidade para fortalecer a identidade do povo brasileiro, reconhecendo suas raízes e a luta histórica pela liberdade e igualdade.
“Essa data é extremamente importante para valorizarmos a identidade nacional brasileira, e especialmente a cultura negra, que foi e continua sendo um pilar fundamental na construção do Brasil”, afirmou a professora. “Além disso, é uma chance de refletirmos sobre os quase 388 anos de escravidão e as formas de resistência que nasceram a partir dessa opressão. A luta de Zumbi e dos quilombolas é uma luta pela igualdade, liberdade e pelos direitos civis”, completou.
A resistência de Zumbi e o legado do Quilombo dos Palmares
Zumbi dos Palmares é lembrado como um dos maiores líderes da resistência negra no período colonial. Ele comandou o Quilombo dos Palmares, uma das maiores comunidades de negros fugitivos da escravidão no Brasil. O quilombo representava um símbolo de autonomia e luta contra a opressão dos colonizadores, e a morte de Zumbi, em 1695, foi um marco importante dessa resistência.
A historiadora ressalta que, ao instituir o 20 de novembro como feriado, o Brasil fortalece a memória de Zumbi e de outros líderes negros que se levantaram contra a escravidão, além de reconhecer as várias formas de resistência ao longo da história. Para Lorenna Rochinski, a oficialização da data é uma forma de promover o respeito pela luta histórica da população negra e por sua memória cultural.
Imagem de freepik
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