Consteladora familiar comenta sobre papel da família e amigos no cuidado com a saúde mental
A consteladora familiar e palestrante Mariane Tokarki, esteve no Noticiário P7 desta quinta-feira (29) comentando sobre o papel da família e amigos no cuidado com a saúde mental, fechando o ciclo de entrevistas sobre Setembro Amarelo.
Mariane comentou sobre a importância de dizer e mostrar ao outro que ele é importante mesmo em meio a diferenças, segundo ela as relações humanas e a demonstração de afeto são um dos lubrificantes que fazem a engrenagem da vida girar bem, ela destaca a importância do auto conhecimento e da aceitação do outro como ele é. “Geralmente, quando temos dificuldade de demonstrar para o outro que ele é importante, isso também pode ser uma coisa nossa, de nós mesmos nos reconhecermos importantes, de nós nos amarmos, se a gente não consegue nem fazer isso com a gente, dificilmente conseguimos fazer isso para o outro (…) então muitas vezes ela acaba construindo abismo entre as pessoas, quando ela tem esse padrão de julgamento e de não aceitação do outro como ele é, a partir do momento que aceitamos o outro como ele é, ai sim possível estabelecer uma relação saudável e respeitosa, mesmo que existam as diferenças”, explicou Mariane.
A profissional explica também que um dos desejos básicos do ser humano é se sentir amado e pertencente, quando a pessoa não consegue se sentir amada e pertencente, talvez essa pessoa está manifestando um padrão que já vem se repetindo dentro da família, um padrão de exclusão. “Quando as gerações anteriores já houveram muitos excluídos e essa pessoa acaba se identificando inconscientemente com um padrão de comportamento de pessoas que já foram excluídas do sistema e ela vem trazendo isso adiante. Na visão da constelação familiar, tudo isso é sempre uma forma de tentar encontrar um equilíbrio novamente para o sistema, a pessoa volta a repetir isso, para que o sistema no seu entorno encontre esse amor suficiente para incluir a pessoa do jeito que ela é, quando isso não acontece, ela vai acabar pagando um preço por manifestar isso, por não se sentir pertencente pelas pessoas a sua volta”, explicou.
Ao se falar sobre o setembro amarelo, é importante também comentar sobre amigos e famílias que sofrem com o luto por um suicídio, em relação a isso, Mariane explica que na maioria das vezes as pessoas olham mais para o que aconteceu, do que para a pessoa que se foi. “Respeitar com dignidade e amor a pessoa que se foi é um grande desafio na sociedade, eu sempre passo uma frase para as pessoas que me procuram com essas situações que diz assim: você tem que imaginar aquela pessoa que se foi através do teu amor, e dizer assim: eu respeito o teu destino por mais difícil que seja para mim, por mais difícil que seja para você, mas eu respeito o teu destino. Quando a pessoa consegue trazer essa consciência para si, ela se pacifica, e a pessoa que se foi eu acredito que ela também se sinta amada onde quer que esteja”, disse.
A profissional finaliza destacando a importância do autoconhecimento, e de cada pessoa se responsabilizar por si mesma e buscar o caminho do autoconhecimento, da auto compreensão, curar as suas próprias feridas. “Se auto conhecendo automaticamente ela se torna um ser humano melhor, e ela consegue sim olhar para o outro com mais amor, com mais compaixão e com mais empatia, auto conhecimento é algo que nos leva sempre para uma consciência muito mais ampliada sobre a vida e sobre todas as nossas relações”, finalizou.
As entrevistas produzidas pelo Jornalismo da Ipiranga FM, foram ao ar todas quintas-feiras de setembro e podem ser conferidas através do Facebook da Ipiranga FM.
Texto: Andrea Borges
Foto enviada pela entrevistada
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