O ano de 2022 trouxe muitas mudanças no Ensino Médio Brasileiro, com alterações na grade, nos horários de aulas, entre outras. Este novo modelo de ensino médio oferta uma carga horária maior do que o modelo antigo, de 5 aulas de 45 minutos cada, agora passou-se a ter 6 aulas de 50 minutos.
A docente Luiza Troczinski, professora de Língua Portuguesa, do Colégio Estadual Cívico Militar São Judas Tadeu, participou de Seminário em Foz do Iguaçu, sobre o Novo Ensino Médio e compartilhou as mudanças.
Ela explica o porquê destas mudanças e destaca a exigência do mercado de trabalho para um aluno mais preparado para resolução de problemas e conflitos. “A proposição da criação de um novo ensino médio começou a ser discutida há alguns anos, quando verificou-se a necessidade de ofertar aos alunos um modelo de estudo de encaminhamentos metodológicos e preparatórios  de acordo com as necessidades do mercado atual, exige se um aluno que esteja preparado para a resolução de problemas para resolução de conflitos para encaminhar seus estudos de uma forma mais autônoma. Então, esse ensino médio, começa a ser discutido, e agora nós temos então, a implementação gradativa deste novo modelo, levando em consideração então todas as possíveis alterações necessárias para que o modelo do ensino médio seja um modelo de mais sucesso”, disse.
A professora aborda que uma das mudanças está no sistema de ensino que vai trabalhar componentes curriculares, e não mais em disciplinas. “Esses componentes curriculares, eles vem agrupando  áreas de conhecimento, que são 4, e dentro dessas áreas de conhecimento, os assuntos, os temas, os conteúdos serão abordados de uma forma interdisciplinar, contribuindo para que o aluno se aproprie de uma forma mais efetiva do que é trabalhado em sala de aula e complementado pelas suas pesquisas particulares, grupos de estudo e outras formas de instrução às quais o aluno poderá recorrer”, explicou.
São 4 áreas de conhecimento: linguagens e suas tecnologias, envolvendo os componentes de arte, educação física, língua inglesa e língua portuguesa, as áreas de conhecimento ciências humanas e sociais aplicadas que envolvem os componentes curriculares de filosofia, geografia, história, sociologia, a área de matemática e suas tecnologias, cujo componente curricular é apenas a matemática e a área de ciências da natureza e suas tecnologias que envolvem os componentes curriculares de física, química e biologia.
Outra mudança está na quantidade de aulas no novo modelo implantado. “Os componentes curriculares agrupados em áreas do conhecimento fazem parte do que nós chamamos formação geral básica, formação geral básica pressupõe uma carga horária diferente para cada uma das séries do ensino médio. Na primeira série são 800 horas, na segunda série são 600 horas, e na terceira série são 400 horas. Entendendo que nós estamos falando de horas aulas e cada uma dessas horas aulas são 50 minutos, totalizando no dia de 6 aulas pressupostas 5 horas relógio”, comentou.
Segundo Luiza, essa diminuição é gradativa da formação geral básica, e permite que o colégio trabalhe os componentes curriculares da parte flexível obrigatória. Esses componentes curriculares são projeto de vida, educação financeira, pensamento computacional e nos colégios cívicos militares o componente curricular é de cidadania e civismo. “É importante  salientar que essas mudanças afetam apenas a primeira série do ensino médio a implementação será gradativa, então, para este novo modelo, este ano, apenas as primeiras séries estão recebendo essas cargas horárias diferenciadas e os materiais que foram escolhidos no ano passado para serem renovados já dentro desse formato. A partir do ano que vem, nós teremos as primeiras séries e segundas séries dentro deste novo modelo e em 2024 nós teremos as 3 séries já dentro do novo formato”, explicou Luiza.
O tempo das aulas também foi impactado com o Novo Ensino Médio. A professora comenta sobre mudanças inclusive no transporte escolar. “Este novo modelo de ensino médio oferta uma carga horária maior do que ofertava se com o modelo antigo. Antes tínhamos 5 aulas de 45 minutos cada, agora passamos a ter 6 aulas de 50 minutos, isso impacta na questão de que os horários precisaram ser reorganizados e estendidos, então as aulas terminam mais tarde do que terminavam nos anos anteriores, ocasionando naturalmente questões logísticas diferenciadas que impactam inclusive na questão do transporte escolar“, disse.
A docente destaca que a implementação deste modelo é gradativa e que muitas dúvidas vão surgindo ao longo do processo. Ela aponta que muitas indagações já foram sanadas, mas que outras questões serão melhor compreendidas na prática.

Por Andrea Borges, Bruna Camargo e Rinaldo Agottani