O Município de Palmeira comemorou nesta semana 203 anos, a data de aniversário atribui-se a data da doação das terras para construção de uma igreja, em 7 de abril de 1819. A Igreja Matriz faz parte intrínseca da história da Paróquia Nossa Senhora da Conceição e do Município, por se tratar de um grande patrimônio, tanto religioso como artístico e cultural em Palmeira.

Segundo documentos da Paróquia, a edificação da Igreja Matriz veio das condições desfavoráveis da Freguesia de Tamanduá, que na época levaram o Vigário Antônio Duarte dos Passos a estabelecer uma nova Igreja, cujas terras foram doadas pelo Tenente Manuel José de Araújo, por vontade de sua mulher, Dona Ana Maria da Conceição de Sá, por ato de 7 de abril de 1819 (data de aniversário do Município).
Sua construção teve inicio em 1820, sendo finalizada em 1837. Assim, ao longo dos anos, de um pequeno vilarejo, nasce ao torno da Igreja Matriz, a “Cidade Clima do Brasil”.  Anos antes, em julho de 1820, D. Matheos de Abreu Pereira, concedeu a licença para a edificação da Matriz de Palmeira. A benção solene da nova Igreja aconteceu em 8 de setembro de 1823. Em 8 de dezembro de 1837 foram dadas como concluídas as obras e a imagem de Nossa Senhora da Conceição foi entronizada no altar mor.

Obra arquitetônica mais imponente de Palmeira
Seu estilo arquitetônico lembra o “Barroco Colonial” português, o relógio da Igreja foi instalado em 1911 na torre esquerda do prédio. A segunda torre foi construída em decorrência de uma promessa feita por Joaquim Montepoliciano que caso ganhasse na loteria, ele a construiria. Ele ganhou e a torre está lá. Já o muro de arrimo foi construído por causa do desnível do terreno, para protegê-la. A terceira torre foi construída entre 1948 e 1957, na parte dos fundos da Igreja, de frente à Rua Conceição, a mando do Pe. José Poliga.
A Igreja é dedicada à Padroeira do município. Constituída como a obra arquitetônica mais imponente da cidade,  tem como característica o estilo colonial português. Em seu interior são encontradas pinturas artísticas realizadas em fases distintas, executadas num primeiro momento, pelo pintor Otto Vogueta, de São Paulo (entre 1929 e 1936) e depois numa outra fase, na década de 40, pelo artista Francisco Flizicoski.

Restaurações
Documentos da Paróquia mostram que a edificação passou por diversas etapas em um processo de restauração com inicio em 2008, com o restauro civil, que envolveu troca do telhado, assoalho e demais obras. Mas o grande passo foi dado em 2014 quando começou a restauração artística das pinturas internas. A restauração artística (que é a recuperação, a preservação dos originais) foi feita em etapas e uma das características desse processo é que durante os trabalhos a Igreja fechou apenas por alguns dias para a troca do assoalho. Assim, nos dez anos de obras, as atividades paroquiais continuaram normalmente.
Segundo documentos, foram aproximadamente 55 meses de restauração artística.  O trabalho de restauro artístico teve com um levantamento criterioso de quantas intervenções as pinturas sofreram no decorrer dos anos e quais os danos causados nos originais. As mudanças ocorridas ao longo do ano foram determinações da Igreja no período. Paralelo a isso foi realizada a remoção de uma forte camada de verniz que encobria e danificava as pinturas existentes no forro do presbitério e da nave. Com o tempo o verniz oxidou dando um aspecto amarelado às pinturas.
A segunda etapa se constituiu como uma fase bem mais ampla. Neste momento a equipe contou com fotos fornecidas pela historiadora Vera Lucia Mayer. Esses registros foram essenciais para entender as composições e as cores originais que estavam encobertas por até 12 camadas de tinta e massa.

A Igreja Matriz é um símbolo da fé de uma comunidade, e da história de nossa região. Ao todo o processo de restauração da estrutura da Igreja Matriz aconteceu durante 10 anos, finalizado no ano de 2018.

A celebrações são realizadas nas quartas-feiras e domingos e em caso de visitação deve-se entrar em contato com o Expediente Paroquial no  3252-1276 para agendamento de visita.

Texto: Andrea Borges com informações do Inventário da oferta turística da Prefeitura Municipal de Palmeira e Paróquia Nossa Senhora da Conceição/ PASCOM.
Foto: Bruna Camargo