A comunidade de Mandaçaia celebra Festa em Louvor a Santo Antônio neste domingo (02). A programação começa com alvorada festiva às 6 horas, Santa Missa às 10 horas e segue com almoço que contará com arroz, farofa, maionese saladas, churrasco, carneiro, filé, alcatra e leitão. Haverá grande bingo, leilão e uma bem montada cozinha com pastéis e bolos.

História da comunidade
Segundo registros da historiadora Vera Lucia Mayer, Mandaçaia é uma palavra indígena que significa “vigia bonito” fato este por se observar no orifício de entrada da colmeia uma abelha sempre presente, ou seja, a vigia. Estas abelhas umidificam em árvores ocas. Seus ninhos, com boca de barro, são grandes e, em geral, contêm muitos litros demel. Naquela região havia muitas dessas colmeias, por isso o lugar foi denominado como a terra da mandaçaia.

De acordo com Vera, vivia-se o período da guerra entre o Brasil e o Paraguai. (1864 /1870), Manoel Demétrio de Oliveira, o mais importante comerciante da região, morador em Mandaçaia, candidatou-se a defender o governo imperial de D. Pedro II, foi para os campos de batalhas. Prometeu que, se voltasse vivo, ajudaria a edificar um templo em louvor a Santo Antônio.  Ao findar a revolução com a vitória dos brasileiros, Manoel retornou vivo, com apenas uma sequela, perdeu apenas um dedo ao projetar-se em defesa do seu comandante. (Duque de Caxias).   “Retomou seus negócios e cumpriu sua promessa. A Igreja em louvor a Santo Antônio foi edificada com a colaboração de todos os seus moradores, que também construíram uma escola para educação escolar de seus filhos. Durante muito tempo os moradores de Pinheiral da Cima, Pinheiral de Santa Bárbara, outros até de Passo do Tio Paulo frequentavam os ofícios religiosos ali, pois a comunidade possuía uma estrutura capaz de congregar os que moravam nas redondezas.  Frequentemente o padre partia de charrete um dia antes da data da missa, hospedava-se na casa de umas das famílias e prestava assistência religiosa a todos os que precisassem. Era uma festa cada vez que isso acontecia, a maioria se prontificava para receber o padre em sua casa.  E assim se procedeu por muito tempo até que, com o aumento da população na região, outras comunidades foram se formando e Mandaçaia foi perdendo sua população católica. Houve um período em que os padres quiseram até fechar a Igreja, mas os habitantes remanescentes se mobilizaram e a comunidade, embora hoje, pequena, se mantém viva e ativa”, aponta o documento. 

Curiosidade 

O Tesouro escondido na comunidade  

Segundo a historiadora existem algumas taipas de pedras remanescentes dos primórdios tempos da construção, feita por escravos. Essas taipas possuem algumas fendas. Contavam os mais antigos moradores que ali alguns frades se abrigavam e escondiam seus tesouros. “Seriam panelas com dinheiro de ouro. Certa noite, aproveitando o clarão da lua cheia, alguns dos moradores se combinaram a ir e procurar o tal tesouro. Quando chegaram às taipas e faziam suas buscas, um lagarto dourado desponta de uma das fendas e uma ventania com chuva intensa acontece, amedrontando os que ali estavam e não podiam retornar para a suas casas.  Um dos caçadores do tesouro, chamado Francisco Pereira, ficou tão mais atormentado que, pelo restante de sua vida, não saiu mais de casa, só espiava o mundo de fora, por uma fresta de janela. Essa história servia para manter a criançada por perto de casa, para não encontrarem o lagarto dourado. O tesouro foi encontrado…???? Ninguém soube mais dizer… mas as taipas continuam lá no mesmo lugar”, finaliza a historiadora.  

Texto: Da redação
Foto: João Borges Júnior/Arquivo PASCOM