Cmei Cristo Rei desenvolve projeto 'TEAcolho autismo' para prestar melhor apoio às famílias na escola

Cmei Cristo Rei desenvolve projeto 'TEAcolho autismo' para prestar melhor apoio às famílias na escola

Publicado em: 14 abr, 2022 às 9:13

A diretora Talita Linhares e as professoras, Alessandra Scolimoski, Ana Paula Scolimoski de Góes e Liziane Teixeira do Cmei Cristo Rei, estiveram na Ipiranga FM comentando sobre o projeto “TEAcolho autismo” desenvolvido na instituição.
Segundo as professoras, o nome do projeto te acolho autismo, representa exatamente o que ele é, um acolhimento às famílias das crianças com autismo, e abrange também outras situações de inclusão na escola de outras crianças com necessidades especiais.
Elas comentam que em 2019 estavam desenvolvendo o projeto ‘o poder de um gesto’ que tinha como objetivo acolher a aluna Ingrid que é surda, e também estavam caminhando para um projeto com o aluno Daniel, que é o aluno autista, porém com a chegada da pandemia a instituição não conseguiu desenvolver o projeto. “Em conversa com a professora Ana Paula e a tutora Lizi, junto do pedagoga Alessandra, veio a ideia do projeto e chegamos à conclusão do nome e da logo do projeto, a preocupação partiu de um olhar de que quando recebemos uma criança que necessita ser inclusa, não é apenas o papel da professora regente, ou da tutora de incluir esta criança, mas sim de toda escola. Quando falamos de toda a escola, é toda a escola mesmo, todos os funcionários, toda a comunidade escolar e todos os alunos, não apenas daquela sala, mas de todas as outras salas”, explicou a diretora Talita.

Dentro do projeto são desenvolvidas palestras com a equipe, com os pais, atividades como exposição de imagens por todo Cmei onde o aluno circula, e essas imagens ajudam na comunicação com ele para facilitar a rotina de todos. “Nós abordamos o tema autismo com todas as crianças para que elas sejam bem informadas e cresçam cidadãos conscientes de que o mundo do outro é o seu também, e que é importante cada um fazer a sua parte. Nossa equipe busca falar sempre a mesma linguagem com o nosso aluno, seguindo as mesmas regras para que não seja quebrada rotina, e isso não interfira no aprendizado e no desenvolvimento dele. Nós queremos também com o projeto promover rodas de conversa com as famílias dos filhos autistas para que possam estar compartilhando as suas experiências para que se sintam acolhidas, pois principalmente as mães necessitam de acolhimento,  e essas ações serão sempre acompanhadas pela psicóloga da Secretaria municipal de Educação ou por psicólogos voluntários que estão chegando para somar conosco”, explicaram.

No momento o Cmei tem apenas um aluno com o TEA, e um outro caso em investigação. “Quando nós observamos na criança alguma característica que necessita de mais atenção, passamos a realizar relatórios de triagem que são encaminhados para a equipe da diversidade na Secretaria de Educação em sequência ocorrem as observações da equipe no ambiente escolar, quando há necessidade esses alunos são encaminhados para Apae para outras avaliações”, comentaram.
Segundo as profissionais, dentro da sala de aula elas procuram conversar com os demais alunos para explicar como agir, como falar, mostrando que eles podem brincar, interagir, fazer atividades juntos, e sobretudo respeitar o pequeno Daniel. “É  incrível que nessa faixa etária não existe o preconceito, tudo o que combinamos com a turma da certo, os amiguinhos compreendem por exemplo que o colega precisa de mais tempo para realizar uma atividade ou que ele fará a mesma atividade de uma forma diferente, a turma toda já sabe os momentos em que precisamos fazer silêncio para o colega se concentrar, e conseguimos ver o enorme carinho que as crianças têm por ele também”, disseram.
Elas disseram que toda a equipe vestiu a camisa pelo projeto e pelo aluno Daniel, e já percebem diferença em seu desenvolvimento dentro da escola. “No início por mais que a gente já tinha o conhecimento prévio sobre o trabalho de inclusão nesse meio, ainda existia um receio, visto  realmente como um desafio, mas a partir do momento em que passamos a pensar no projeto, nas ações que faríamos, foi abrindo-se os caminhos. Hoje o Daniel não é apenas aluno da professora Ana Paula e da mediadora Lizi, ele é de toda a equipe que vestiu a camisa e acolheu o nosso aluno e assim percebemos ele muito mais tranquilo e vontade em todos os nossos ambientes. Também gostaria de ressaltar que após a divulgação do projeto e o desfile também estamos sentindo que o nosso objetivo está sendo alcançado, visto que já percebe-se um maior interesse e conscientização da comunidade em geral”, comentaram.
O intuito desse projeto é o acolhimento das crianças e famílias, de maneira a preparar melhorar a instituição para atender da melhor maneira possível esses casos, através de estudos, palestras, troca de ideias, para aprender mais sobre o espectro autista. “Nós enquanto instituição, devemos realmente acolher, mas também ter um conhecimento e buscar estratégias para desenvolver a criança em sua totalidade, com muito respeito e carinho. Quero também deixar aqui um convite a todas as escolas que vão participar, aos voluntários, empresas e também aos profissionais das áreas que possam nos ajudar para que estejam entrando em contato conosco”, finalizaram.

Sobre o TEA
O autismo não é uma doença, porém ele não tem cura, e é caracterizado como um transtorno, onde a pessoa diagnosticada pode de maneira significativa estar melhorando o seu quadro através de terapias e medicamentos.
As causas do autismo são majoritariamente genéticas. Estudos recentes demonstram que fatores genéticos são os mais importantes na determinação das causas (estimados entre 97% e 99%, sendo 81% hereditário), além de
fatores ambientais (de 1% a 3%) ainda controversos, que também podem estar associados como, por exemplo, a idade paterna avançada ou o uso de ácido valpróico na gravidez. Existem atualmente 1.031 genes (atualizado em março/2022) já mapeados e sendo estudados como possíveis fatores de risco para o transtorno.

Texto Andrea Borges com informações de Canal do Autismo
Fotos cedidas pelas entrevistadas