Nesta quarta-feira (07), às 19h30 na igreja Matriz inicia a edição do Cerco de Jericó de 2019. Serão sete semanas em que as pessoas são convidadas a refletir sobre o tema “Uma experiência real da fé: Da Emoção a Convicção”.
O Vigário Paroquial Padre Adriano da Levedove que irá presidir as celebrações participou do Noticiário P7 de hoje (07), falando sobre este momento que já se tornou tradição em nossa Paróquia. “Conversando com a equipe pensamos em trabalhar justamente esse tema dentro do campo da emoção. Falar de uma experiência real de fé que passa pela emoção e nos leva a um fim que é a convicção. Justamente a lançar as bases e nos ajudar a fortalecer de forma permanente aquilo que estamos buscamos nessas celebrações como o Cerco”, disse o sacerdote.
Durante a entrevista, o Vigário Paroquial lembrou sobre o significado das emoções e sua essencialidade em nosso cotidiano. “Onde as emoções vão se manifestar? No humano. Então não dá para ficar apenas no nível da fantasia, do sentimento, das emoções. Precisamos trazer aquilo que estamos sentindo para o nosso dia a dia. As emoções se manifestam na nossa humanidade, no concreto e real da vida. Por isso saber lidar com as emoções, saber quais são as minhas emoções mais fortes que mais regem a minha vida é fundamental para saber como vou viver minha vida, para que eu não seja dominado por elas também”, explicou da Levedove.
É comum que existe uma confusão ao definir emoções e sentimentos, isto porque esses significados podem ser vistos como similares. No entanto, o padre ressalta que na verdade, são termos que se relacionam. “São próximos, mas não são sinônimos. Primeiro temos que pensar quais são as emoções básicas: raiva, medo, alegria, tristeza e também um pouco da repulsa e insegurança. Essas são as emoções que norteiam toda nossa vida. Nascemos com essas emoções. O sentimento é a resposta que cada um vai dar a essas emoções. Por exemplo, se tenho uma emoção de raiva, o sentimento vai ser a resposta a essa emoção. Qual é o sentimento? Pode ser a culpa por estar sentindo raiva, angústia, por estar passando por aquela emoção. Então é a resposta que dou para emoção”, elucidou o Padre.
São inúmeras as situações da vida que nos deixamos levar pelas emoções. Padre Adriano usou como exemplo um dos discípulos para explicar quando somos tomados pela emoção. “Pedro, por exemplo, no episódio da transfiguração, quando eles estão lá no Monte Tabor. Ele literalmente é tomado por uma emoção, a alegria. Estava ótimo, então vamos ficar aqui, não vamos sair.  ‘Senhor é bom estarmos aqui, vamos fazer três tendas?’ Ele queria ficar lá, mas o que acontece, é que temos que descer da montanha, sair da emoção e voltar para o concreto da nossa vida, porque é onde vamos ter a vivência real”, exemplificou da Levedove.
Ele também usa esse relato para evidenciar a importância de repensar essa temática em nossas vidas. “Pedro é um clássico dentro desse tema da emoção e do sentimento. Ele é tomando pelas emoções e isso não acontece conosco? Quando você volta para o concreto da vida é hora de se perguntar ‘o que eu trouxe daquele momento que vivenciei para minha vida? ’ Então pensando que esse é o movimento de Pedro, esse é o nosso movimento hoje. Porque assim como nós, Pedro é um ser humano”, disse o Vigário Paroquial.
Dessa forma, para o Padre a proposta destas sete semanas é trabalhar a fé para além da emoção. “Queremos justamente isso: Eu venho e participo do Cerco, vivo meu momento como Pedro viveu o momento dele lá no Monte Tabor. Mas como que vou levar isso depois para o concreto e real da minha vida? Aí entra a convicção”, contou o Sacerdote.
Na ocasião, Padre Adriano lembrou aos ouvintes a importância de sabermos lidar com as situações diárias. “Vida não é ausência de problema, felicidade não é ausência de problema. Temos que ter isso bem claro. Jesus Cristo não solucionou nenhum problema dos seus discípulos, Ele os ajudou a compreenderem e abraçarem a vida nas suas amarguras, mas também nas suas doçuras”, lembrou da Levedove.
Ao relacionar psicologia e religião. Padre Adriano explicou o conceito do Cerco e o papel que pode ter em acontecimentos que estamos vivenciando. “O Cerco de Jericó tem esse movimento, veja que bacana, como isso está atrelado ao nosso psiquismo. É literalmente você rodear, dar voltas ao redor daquilo que está incomodando na sua vida. Ou mesmo dar voltas agradecendo aquilo que você tem de bom para fortalecer”, afirmou o Padre.
Ao convidar todos para participar destas sete celebrações, Padre Adriano ressaltou a relevância da oração e de nos atentarmos para nossa relação com Deus. “Venham ao Cerco para fazer essa experiência real de fé. Para nós circularmos os problemas as dificuldades, cada um nos seus. Até que consigamos com oração, pedidos a Deus irmos enfraquecendo aquilo que talvez muitas vezes está ao paralisando nossa vida. Precisamos dar esse passo”, concluiu da Levedove.

Imagem: PASCOM/ João  Borges Júnior