Agrônomo comenta sobre responsabilidade ao prescrever e utilizar agrotóxicos

Agrônomo comenta sobre responsabilidade ao prescrever e utilizar agrotóxicos

Publicado em: 11 jan, 2023 às 17:25

O agrônomo Andrey Pacievitch esteve no noticiário P7 de hoje (11) comentando sobre o Dia do Combate à Poluição por Agrotóxicos e assuntos relacionados.

Ele iniciou comentando sobre as previsões com relação às temperaturas, segundo Andrey, estamos vivenciando uma primavera e um verão com temperaturas abaixo da média. “A gente tem sentido isso principalmente nas manhãs, depois vem aquele calorão e esse calorão acaba trazendo chuvas. Nós estamos com aqueles chamados bolsão de chuvas aqui muito próximo do litoral. Porém eu digo assim que sempre, é melhor ter mais água do que menos. A gente tem comprometimentos menores com relação à produtividade das plantas, aí tanto de inverno quanto de verão, quando temos maior disponibilidade de água,  há 1 ano atrás estávamos tendo problemas sérios de déficit hídrico, de plantas morrendo no campo por falta de umidade, então esse ano, se a gente for comparar o potencial das lavouras de verão é muito superior ao que tínhamos no ano passado”, explicou.

Ele comentou que o trigo teve quedas na produtividade, aumento de ciclo, mas foi um produtividade aceitável, a cevada sofreu um pouco mais, mas tudo isso ocasionado pelo excesso de chuvas e menor disponibilidade de luz, Andrey explica também o cenário de comercialização dos plantios. “A gente tem notado um movimento pessoal em tentar travar alguma coisa, principalmente de soja, que é a cultura da época, mas a maior parte do agricultor está aguardando novidades. Hoje, a soja é cotada por Chicago, então estamos aí com um preço quase que histórico, se mantendo desde o início do ano, aí na faixa 15 dólares por bucho, o que está mandando bastante nesse mercado agora é o câmbio, então essa oscilação do dólar, que está impactando diretamente, é difícil ou quase impossível se manterem em patamares tão altos, soja tem um preço histórico de 10 dólares por bucho, e a gente atingiu máximas aí durante a pandemia de 16 dólares, então nós estamos muito perto do preço máximo e a tendência das commodities mundiais é de dar uma certa baixada, tanto que a gente já está observando na questão de fertilizantes uma situação bem acentuada, tanto de de fertilizantes,  como aditivos, que provavelmente para a próxima safra vão ter valores menores, ou seja, o custo de produção vai ser menor se Deus quiser”, comentou.

Falando sobre o Dia do Controle da Poluição por Agrotóxicos, o agrônomo acredita que o assunto que está cada vez mais em alta e em discussão porque trata-se da saúde das pessoas, ele comenta como é importante cuidar da saúde das plantas, pois é através das plantas que há nossa nutrição e há vida. “As plantas devem ser tratadas com qualidade, com responsabilidade para que as pessoas que vão fazer o uso dessa proteína ou desse carboidrato, também seja feita de uma maneira responsável, sem estar contaminando, é assunto difícil, porque ele envolve muita questão cultural também e muita questão ideológica. Eu gosto de deixar a ideologia um pouquinho de lado, porque eu acho que  o extremismo não é favorável em nenhuma das situações, mas a gente tem que ter a consciência real de estar fazendo a coisa certa, de acordo com as leis e, principalmente de acordo com as leis da natureza”, disse.

Ele comentou que os agricultores estão começando a aliar manejos biológicos, produtos biológicos, que contribuem com a proteção dos cultivos e são favoráveis à vida, tanto do aplicador, daquele agricultor que trabalha diretamente com o agrotóxico, quanto também da pessoa que consome esse produto. “É um assunto complicado, porque EPI (equipamento de proteção individual), por exemplo, EPI tem tudo a ver com o controle, a poluição principalmente no que salvaguarda a vida do aplicador e a gente sabe que muitas pessoas são resistentes ao uso do equipamento de proteção individual e deveriam deter o máximo de cuidado, porque são essas pessoas que têm o maior risco de intoxicação de contaminação, o uso do agro químico de certa maneira é facilitado e a gente tem que ter grande responsabilidade com relação à receituário agronômico, a prescrição, a observação da real necessidade de produto”, explicou.

Para Andrey, um produto químico bem aplicado, com consciência dentro da necessidade, na dose correta, com equipamento calibrado, será um remédio para planta ou para aquela praga que está ocasionando um dano. “Mas se você exagerar na dose, ou fizer um uso inadequado com um equipamento mal calibrado, você vai estar envenenando a si mesmo. Eu acho que se todo mundo tivesse esse tipo de posicionamento, não dependeria nem de uma certa fiscalização. Temos que ser extremamente responsáveis no uso, na prescrição e, principalmente, na aplicação”, comentou o agrônomo.

 

Texto e foto: Andrea Borges