Aproximadamente a 35 km da sede do município está a Capela de Nossa Senhora das Neves, na localidade de Pedras, em Palmeira, também conhecida como a fazenda da “Boiada”. Mandada construir dentro das linhas de estilo arquitetônico colonial português com formas bem simples, se constitui numa antiga e rústica capela de pedra com dois sinos de bronze.

Depois de passar por vários proprietários e por direito hereditários, no inventário de Maria Jacinta de Meneses, em 1865, foi deixada uma quantia para a edificação da capela de Nossa Senhora das Pedras, que só foi erigida mais tarde (por volta de 1880)  por iniciativa da senhora Maria Ambrósia da Rocha Ferreira e seu esposo, o senhor Domingos Ferreira Pinto – Barão e Baronesa do Guaraúna, sob a invocação de Nossa Senhora das Neves.

O local onde está situada foi de grande importância para os tropeiros, pois era utilizado como pouso antes da descida da serra de São Luiz do Purunã, trecho para o qual os tropeiros pediam proteção da santa. A região é dotada de magnífico cenário natural nos contrafortes da serra. A provisão para todos os atos religiosos é datada de 03 de junho de 1882, feita pelo então Bispo Diocesano de São Paulo, D. Lino Deodato Rodrigues de Carvalho, que em visita pastoral assentou no livro tombo.

A capela foi restaurada em 1991 e tombada pela Coordenadoria Estadual do Patrimônio Histórico, através do processo nº 03/91 de 26 de outubro, com inscrição no tombo estadual sob o nº114-II/199, sendo o único bem religioso protegido por lei no município de Palmeira.

Doação para a Paróquia

Depois da morte do Barão de Guaraúna, a Baronesa alegando não poder mais zelar pela referida capela, em correspondência datada de 23 de setembro de 1895, fez a doação da capela e de seu patrimônio para a paróquia de Palmeira, sem ônus ou compromisso algum, apenas pedindo o direito de ser considerada sua fundadora.

A festa

Com o aval da paróquia a festa era organizada e comandada pelos moradores da redondeza. Foi só a partir dos anos de 1980 que uma comissão paroquial foi devidamente instituída para organizar os festejos.

Tradicionalmente no primeiro domingo do mês de agosto a paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição realiza a maior festa religiosa do município neste local. Em 2017, a organização contabilizou 4.735 pessoas presentes no evento. Foram 837 veículos que adentraram ao pátio da comunidade, entre automóveis, vans, caminhões, ônibus e motos. A maior parte dos visitantes foi da cidade de Ponta Grossa, seguidos de Campo Largo e Palmeira. Também foi registrada a presença de moradores de Balsa Nova, Irati, Rio Azul, Moretes, Bateias, Campo Magro, Rio Branco do Sul, São João do Triunfo e São José dos Pinhais. Até mesmo pessoas de outros estados, como: Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

Os sinos

Recentemente os sinos foram retirados da capela por questão de segurança. Trata-se de dois sinos confeccionados em bronze com duas gravações escritas: “Prêmio conferido na exposição Nacional de 1861” e outra com a escrita “Dom Pedro II Imperador do Brazil”.

Segundo Adão de Freitas, responsável por todos os materiais pertencentes à Paróquia, os sinos ficarão guardados na Igreja Matriz de Palmeira até que seja contratado um novo caseiro para morar próximo da Capela das Pedras e assim possa zelar pelo patrimônio.

Com informações do Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira e Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição.