Agrônomo comenta situação da agricultura no município e prejuízos causados pela chuva de granizo

O início de ano é marcado pela colheita de culturas como soja, milho, feijão e o fumo. A reportagem da Rádio Ipiranga conversou com o agrônomo Andrey Pacievitch que fez um panorama da agricultura no município neste período
O profissional explicou sobre o impacto da falta de chuva para os agricultores neste ano. “O ano de 2018 foi historicamente dentro da última década um dos anos que menos tivemos precipitações. Foram precipitações muito desencontradas e essa falta de chuva refletiu diretamente no ciclo e produtividade das cultivares mais precoces, principalmente no caso da soja”.
De acordo com Andrey, a soja em todo estado do Paraná terá uma quebra de produção, por causa da estiagem de chuva. Segundo ele, regiões ao norte e oeste do estado terão quebras estimadas de 20% a 40% e em nossa região calcula-se uma quebra de 10% a 20%, com alguns locais podendo chegar a 50%. “Temos algumas regiões do município que foram severamente afetadas pela falta de umidade, regiões com mais de 40 dias sem um milímetro de chuva, o que influiu diretamente no enchimento dos grãos nessa questão da produtividade da soja hiper precoce.”, comentou o agrônomo.
Milho e Feijão
Apesar de não uma área tão representativa de milho na nossa região, agricultores que investiram e tentaram fazer essa rotação de culturas também foram bastante afetados. De acordo com Andrey a redução da produtividade chegou a 50%, mesmo nas áreas normais acredita-se a produtividade diminui em 5 a 10%. Outra cultura afetada com a falta de chuva foi o feijão do primeiro plantio, com redução de 20 %na produtividade.
Os prejuízos acarretados pelas condições climáticas são preocupantes não apenas para os agricultores, mas todo município. Isso porque esse cenário impacta diretamente na questão comercial de toda cidade. Com isso, a diminuição da temperatura e as chuvas previstas para fevereiro são essenciais para a reposição da umidade. “Até porque as sojas do ciclo normal e o feijão da segunda safra estão todos a campo e necessitam bastante dessa umidade principalmente pelo excesso de Sol que temos sentido nos últimos dias”, explicou Andrey.
Fumo
Na última semana, um vendaval e chuva de granizo na região de Faxinal dos Quartins e Água Clara afetou a cultura do tabaco. O agrônomo explicou que embora algumas lavouras estejam praticamente terminadas, produtores com fumo a campo nessa época ficam apreensivos com as altas temperaturas. “Logo quando chega uma chuva pode ocasionar chuva de granizo, normalmente ela vem com bastante vento e como a fonte de lucro do fumo é a folha, qualquer dano nessa folha vai prejudicar a qualidade e prejudica também o preço pago ao produtor”, ressaltou o profissional.
Embora exista seguro contra esses danos, o valor muitas vezes acaba sendo insuficiente. “Esse seguro nem sempre cobre todos os custos do agricultor, principalmente os custos de manutenção da família durante todo ano. Ele acaba pagando o custo da produção , mas não garante a subsistência única e exclusivamente da cultura do fumo”, lembrou Andrey.
Foto: Elder Scolimoski
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