Canta Galo celebra Festa em Louvor a São Pedro e São Paulo neste domingo (30)
A comunidade de Canta Galo realiza Festa em Louvor a São Pedro e São Paulo neste domingo (30). A programação começa com alvorada festiva às 6 horas, Santa Missa às 10 horas e segue com almoço que contará com gado, leitão e carneiro.
Durante a tarde haverá grande bingo, leilão, bem montada cozinha e brinquedos para as crianças.
História da comunidade
De acordo com texto da historiadora Vera Mayer publicado na edição 190 do Jornal Ipiranga em julho de 2018, os primeiros habitantes da comunidade foram na sua maioria vindos da Polônia, da Itália e Portugal, nos idos anos de 1890, ali se instalaram por conta do projeto de colonização do Sul do Brasil. “Receberam porções de terras cedidas pelo governo do Estado. A localidade de Canta Galo fica nas proximidades do Rio Iguaçu, região Sul do município de Palmeira, na divisa com o município da Lapa. Esses imigrantes, como os demais que se instalaram no município viveram as mesmas sagas do início da colonização, falta de estradas, falta de ferramentas, poucos alimentos, precárias moradias, não se tinha escolas, etc. Imbuídos pela força do trabalho e de vencer na vida no “Novo Mundo” se desenvolveram pela agricultura, pecuária, entre outros empreendimentos como comércio, e pequenos manufaturas. Até os dias atuais sobrevivem da agropecuária, além da pesca dada a proximidade com o Rio Iguaçu”, mostra o texto.
Ainda segundo o texto, as pessoas que ali viviam, expressavam a fé católica através da reza do terço que se dava debaixo de uma árvore, uma espécie arbórea conhecida como “Pau de Andrade”. “Depois construíram uma ermida de tabuinhas lascadas, com janelas sem vidro ao lado da árvore, onde se encontravam todos os domingos. E por volta do ano d e1900, embora com os poucos recursos de que dispunham, edificaram um templo dedicado a São Pedro e São Paulo, pela devoção que dedicavam a esses dois apóstolos, grandes pilares da Igreja.
Em 1906 a construção já dava a forma do projeto que tinham almejado. Neste mesmo período, como ainda muitos dos imigrantes possuíam contatos na Polônia, oficiaram aos seus conterrâneos um pedido de um sino, o qual veio para o Brasil e foi instalado na Igreja, lá permanece com seu repicar no início de cada celebração”, aponta o material da historiadora.
Curiosidade
Vera destacou que Canta Galo tem essa denominação por conta da história dita pelos mais antigos moradores do local que, quando das primeiras rezas do terço de baixo da árvore, eles recém-chegados não tinham relógio, nem aves, nem outros animais. “No entanto, certo domingo enquanto rezavam, ouviram um galo cantar, mas não o enxergaram. Emocionados olharam para céu, e pela sombra da árvore, se deram conta que seria meio-dia. Dali em diante, todos os dias ouviam o cantar do galo, mesmo quando não estavam em oração.
Quando estavam no trabalho e sentiam fome, ou mesmo quando as crianças pediam comida, os pais alertavam que tinham de esperar o galo cantar, aí sim seria meio-dia, hora de almoçar. As crianças bradavam: “Canta galo… canta galo” – queriam comer. Ocorre que quando colocaram o sino na igreja, aquele vindo da Polônia, o sacristão ia até a Igreja ao meio-dia para rezar um Pai Nosso e tocava o sino, depois às 18 horas voltava para rezar uma Ave Maria e tocava o sino novamente. Com isso sabiam pelo badalar do sino a marcação das 12 e 18 horas. Com isso não ouviram mais o galo misterioso a cantar. Apreciavam o sino da igreja é verdade, mas queria ouvir também o galo cantar. Por esse fato, o próprio sacristão, que se chamava Julio Orchanheski, tocava o sino, mas também bradava pelo cantar do galo, e os demais moradores ficavam por vezes a pedir: Canta Galo?! Canta Galo?! Com isso o próprio Julio propôs que dali em diante aquele povoado deveria ser chamado de CANTA GALO”, explica.
Texto: Da redação
Foto: Paróquia Nossa Senhora da Conceição
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