Educadora em sexualidade explica sobre tipos de violência sexual contra crianças e adolescentes

Com o objetivo de mobilizar a sociedade brasileira e convocá-la para o engajamento contra a violação dos direitos sexuais de crianças e adolescentes, em 18 de maio, foi estabelecido como o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes no país.
Em entrevista à Ipiranga FM, Monica Kaimen, bióloga, educadora em sexualidade, especialista em psicologia e saúde, educadora menstrual no Brasil e no exterior, que trabalha assuntos que englobam a educação sexual e, principalmente, a prevenção contra qualquer tipo de violência sexual, destaca que a educação sexual precisa ganhar espaços, além de que, a educação sexual vem para alertar as famílias e profissionais sobre assuntos que muitas vezes fantasiados de carinhos e momentos divertidos trazem muita tristeza por meio da violência sexual, que não necessariamente precisa ser usada com o emprego da violência, para ser um violência sexual.
A profissional explica que cada vez mais é importante que as famílias saibam que existem dois tipos de violência sexual, aquela que tem contato físico, que são as mais conhecidas, e a que não tem nenhum tipo de contato físico sendo a mais importante ainda, porque ela não deixa marcas e muitas das vezes é feita por pessoas da própria família da vitima. “Pedir ou mandar mensagens, ou fotos ou vídeos para crianças ou adolescentes é crime, é violência sexual, olhar, admirar, se alimentar sexualmente de crianças tomando banho adolescentes, também é uma forma de abuso sexual sem contato físico, ver a criança ou adolescente fazendo suas necessidades fisiológicas, admirando, se alimentando sexualmente dessa cena também é violência sexual sem contato físico”, exemplificou a educadora sexual.
Mônica comentou que a cada 1 hora, 3 crianças sofrem violência no Brasil, este dado é um dado muito grande, importante e difícil de ouvir, “muitas das vezes esses dados são subnotificados, e em diversas vezes as pessoas não sabem que estão sofrendo violência, outras têm vergonha, têm medo, tem culpa, outras simplesmente vão esperando um momento certo de falar e esse momento nunca chega”, comentou a profissional.
A educadora sexual pontua que independente da idade, os pais ou responsáveis devem ter conversas com seus filhos sobre as partes do corpo, sobre o nome verdadeiro de cada pedaço do corpo, as diferenças entre um corpo de criança e um corpo de adulto. “Você já falou para seu filho que para atravessar a rua preciso é olhar para os 2 lados pra não sofrer um atropelamento? Isso quer dizer que você já falou pro seu filho que existem perigos lá fora, e que ele precisa conhecer os perigos para aprender a se defender. São conceitos básicos que a gente acha que nosso filho já sabe, mas ele não sabe porque ninguém nasceu com conhecimento”, destacou.
Outra questão importante é o consentimento, explicar sobre intimidade, sobre privacidade, sobre o que é público, sobre o que é limite corporal, essas informações trazem base para qualquer ensinamento sobre temas dentro da educação sexual e, principalmente, sobre a violência sexual, disse a profissional. “Chegou o momento da gente lembrar que na nossa infância, não tínhamos acesso a internet, e essa é a principal diferença entre o ontem nosso e o hoje do nosso filho”, comentou Monica.
O que você tem ensinado ao seu filho? A responsabilidade legal, moral, emocional e espiritual deve ser dos pais e responsáveis, é importante estar presente, preparar as crianças e adolescentes para que se tornem adultos e tenham grandes chances de sucesso na vida, reiterou a profissional.
Importante também é a rede de apoio tanto do adulto quanto da criança, a profissional explica que a rede de apoio da criança precisa ter no mínimo 5 dedinhos, 5 nomes, pois ao sentir medo, desespero, angústia, ela precisa lembrar de pelo menos uma pessoa a qual tenha segurança. “Nosso papel não é só agora no mês de maio, mas durante o ano inteiro falar desse assunto que é desconfortável, mas tão necessário, porque lembrando, hoje existe a internet e eu não preciso mais encostar em ninguém para cometer uma violência sexual”, finalizou.
Mais informações ou denúncias anônimas podem ser feitas pelo Disque 100.
Texto: Andrea Borges com informações de Ministério da Saúde
Foto enviada pela entrevistada
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