Médico fala sobre tabus relacionados ao exame de toque e a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata
De acordo com o Ministério da Saúde, o câncer de próstata não apresenta sintomas em sua fase inicial, e quando alguns sinais começam a aparecer, cerca de 95% dos tumores já estão em fase avançada, dificultando a cura. Na fase avançada, os sintomas são: dor óssea; dores ao urinar; vontade de urinar com frequência; presença de sangue na urina e/ou no sêmen.
A única forma de garantir a cura do câncer de próstata é o diagnóstico precoce. Mesmo na ausência de sintomas, homens a partir dos 45 anos com fatores de risco, ou 50 anos sem estes fatores, devem ir ao urologista para conversar sobre o exame de toque retal, que permite ao médico avaliar alterações da glândula, como endurecimento e presença de nódulos suspeitos, e sobre o exame de sangue PSA (antígeno prostático específico). Cerca de 20% dos pacientes com câncer de próstata são diagnosticados somente pela alteração no toque retal. Outros exames poderão ser solicitados se houver suspeita de câncer de próstata, como as biópsias, que retiram fragmentos da próstata para análise, guiadas pelo ultrassom trans retal.
O doutor Taylor Araújo, Clínico Geral especialista em saúde mental na Renove em Palmeira, comenta que algumas sociedades ainda preconizam o toque, mas o médico lembra que os homens devem se atentar a diagnósticos de câncer na família, e também, antes de realizar o exame de toque deve-se passar por um protocolo clínico, para determinar se é necessário ou não a realização do exame. “De uma maneira geral a gente ainda continua fazendo, em alguns casos, não são todos os casos que há necessidade, cada médico vai determinar a sua conduta, na maior parte das vezes a gente pede um exame de rastreio que é o ‘Antígeno Específico da Próstata'(utiliza-se internacionalmente a sigla PSA, do inglês “Prostate Specific Antigen”) – PSA, e se o PSA do paciente der alterado, aí gente indica o exame de toque, ou é claro, se há na família o diagnóstico de câncer de próstata, principalmente com relação ao primeiro grau, pai, irmãos, é sempre interessante que a gente comece o rastreio 10 anos mais cedo, seja ele com exame de sangue, ou seja ele com um toque posteriormente, então existe todo um protocolo, existe toda um exame clínico que é feito antes, para depois realizar o toque”, explicou o médico.
Tabus relacionados ao exame de toque retal
A respeito do preconceito em relação ao toque retal, o médico explica, que nada mais é do que um machismo e uma fragilidade na maior parte das vezes por parte do homem. Ele explica que quando existe uma segurança em relação aos desejos, sexualidade e até a própria aceitação com o corpo, não há por que ter medo da realização do exame de toque. “Ele se sente tão frágil emocionalmente, tão inseguro emocionalmente, que ele acredita que a realização de um toque anal, ou realização de um exame anal vai lhe tornar menos homem, isso é machismo puro, então o grande problema, o grande preconceito existente ainda na sociedade, é essa fragilidade masculina, ou seja, é a não aceitação do corpo, não aceitação da sua insegurança emocional”, disse o médico.
De acordo com o Doutor, a partir do momento que o homem realmente é seguro com a sua sexualidade, seguro com as suas vontades, seguro com os seus desejos não há por que ter medo da realização do exame. “Na minha perspectiva esse preconceito existente com relação ao toque anal, nada mais é do que uma insegurança muito marcante com relação a sua própria sexualidade, por que você tem tanto medo? Tem coisas dentro de você, que ainda que não foram resolvidas? Porque se você é uma pessoa extremamente segura com aquilo que você realmente tem interesse na sua vida sexual ou tudo mais, não tem por que ter medo, até porque o ânus masculino é uma zona erógena do homem, e se você tiver vontade ou interesse em estimular durante uma relação sexual, não tem problema nenhum”, explicou Taylor.
Atenção à saúde masculina
Taylor comenta que cuidar da saúde, se atentar a mudanças no corpo, fazer exames periódicos e ir ao médico, não é frescura é prolongamento de vida. “Ter uma boa saúde, praticar exercícios físicos, fazer exames regularmente, se auto cuidar, não é frescura, isso é prolongamento de vida, isso é prolongamento de expectativa de vida, não faz sentido nenhum esse tipo ainda de afirmação, cada vez mais nós precisamos nos atentar aos nossos sinais e aos nossos conteúdos internos, seja de mente, seja de corpo, nossos conteúdos externos, seja de lesões na pele, porque a nossa pele fala com a gente, o nosso corpo fala com a gente, então a gente tem que ficar de olho em tudo que envolve nossa saúde”, finalizou o médico.
Texto e foto: Andrea Borges com informações de Ministério da Saúde
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