No dia do Geógrafo, Marcus Molinari comenta sobre a Geografia de Palmeira

No dia do Geógrafo, Marcus Molinari comenta sobre a Geografia de Palmeira

Publicado em: 29 maio, 2022 às 10:12

Hoje (29) o Brasil celebra o Dia do Geógrafo. A escolha do dia 29 de maio para a celebração do Dia do Geógrafo é uma homenagem à criação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em 29 de maio de 1936, quando passou a ser instituído o Instituto Nacional de Estatística (INE).
Para registrar essa data e conhecer um pouco mais sobre a geografia do município de Palmeira, Marcus Molinari Machado, autor do livro “A Freguesia nova da Palmeira”, lançado no mês de maio, comenta sobre essa nova maneira de enxergar a história de Palmeira, através de um trabalho de cerca de 17 anos, que compilou informações e formatou didaticamente todo um material de pesquisa, com documentos, bibliografias e construções de mapas.
O obra vem do resultado de um trabalho inicial sobre a história de Palmeira, a partir da entrada de Marcus no Instituto Histórico Geográfico de Palmeira, em 1999. Ela se trata de um apanhado de toda a documentação sobre a história de Palmeira, mas que estava espalhada por vários autores, com vários temas diferentes, esse livro é uma organização desses dados de forma concisa, fácil e acessível para compreender a história de Palmeira no período anterior à doação das terras.
O autor e historiador explica sobre o que abordou da geografia do nosso município em seu livro. Segundo Marcus, o território de Palmeira é um território de passagem muito antigo, os índios já passavam por aqui, os bandeirantes passaram por Palmeira ainda no fim do século 17,  então sempre foi um lugar de passagem, depois foram distribuídas as sesmarias, o governo de Portugal as distribuía para as pessoas importantes e essas sesmarias são uma porção de terra para ser ocupadas como estabelecimento das fazendas de criação também, depois as tropas que passaram por Palmeira foram delineando o território, e esse território de Palmeira originalmente se estendia do Rio Itaqui, em Campo Largo, até as Vertentes da Serra da Boa Esperança, em Guarapuava, um território muito grande, delimitado pelo Tibagi, pelo Iguaçu, um território que foi ao longo do tempo diminuindo. “Então a gente identificou que Palmeira surgiu muito antes do celebrado 7 de abril, muito antes da doação das terras, ela surgiu lá no Tamanduá em 1709, nesta época um bandeirante chamado Antônio Luís Lamim ‘o Tigre’, mandou que os carmelitas de São Paulo construíssem uma capela de madeira em honra a Nossa Senhora do Carmo,  já em 1728 – 1730, foi construída uma capela de pedra e cal, na época era a única capela de alvenaria do sul do Brasil, e nessa Capela foi entronizada a imagem de Nossa Senhora da Conceição, essa que nós temos hoje. Então Palmeira teve esse início, esse território era muito grande, como já expliquei, e o que muda na verdade nessa pesquisa é que Palmeira ela não foi fundada, ela foi transferida. O Padre Passos, em 1818, se desentendeu com os carmelitas e mudou a freguesia do Tamanduá para Rincão da Palmeira, o Rincão dos buracos, dando origem à Freguesia Nova de Palmeira”, disse Marcus.
Ele explica ainda, que uma freguesia é uma paróquia, é a interação  do poder religioso, que na época praticamente comandava, visto que não existiam tantas prefeituras, não existia o poder público, e a igreja fazia a organização das posses e da sociedade local como um todo. “Então uma freguesia seria a Paróquia de Nossa Senhora do Carmo. Antônio Luís Tigre trouxe em 1730 a imagem que viera de Portugal e estava em Curitiba e ele trouxe para o Tamanduá, essa imagem de Nossa Senhora que passou a ser com a norte, a Freguesia Velha de Nossa Senhora da Conceição do Tamanduá, o postulado desse livro  foi justamente isso, para dizer que  Palmeira não foi fundada, mas sim transferida, e no documento da transferência está claro, no livro está claro a transcrição, ‘no dia 12/08/1818, transferir a freguesia para o Rincão da Palmeira’, que seria onde ela está até hoje”, explicou Marcus.
Segundo Marcus, a história de Palmeira não muda, muda-se a maneira de enxergar a história. Para Marcus, este livro é uma pequena contribuição com a cidade em que nasceu e cresceu. “Então eu tenho um amor muito grande por Palmeira, pelo Paraná e me interesso muito e penso que isso pode contribuir para aprofundamento  principalmente na porção que trata da Geografia de Palmeira, penso que pode contribuir porque não havia nada antes reunido, conciso e de fácil  compreensão sobre a Geografia de Palmeira. É um trabalho pequeno que eu ofereço para a comunidade demonstrando esse amor que eu tenho pela nossa terra”, disse.

Sobre o autor
O palmeirense Marcus Vinicius Molinari Machado nasceu em 15 de setembro de 1964. Graduado em Odontologia pela PUC-PR em 1988 e em História na UEPG em 2012, sob o registro 6502 no Conselho Regional de Odontologia, exerce sua função em seu consultório de maneira autônomo – Molinari Machado Odontologia (20 horas) e possuiu vínculo empregatício com o município – Cirurgião Dentista Traumatologista Bucomaxilofacial, no Centro de Especialidades Odontológicas Dr. Roberto Stalschmidt (20 horas).
Marcus é confrade no Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira. Pai do Germano Molinari Machado e da Marina Molinari Machado – ambos seguiram a profissão do genitor, e dividem o mesmo consultório odontológico no centro da cidade.
De acordo com Marcus, o livro também é uma resposta para as próprias inquietações, no qual ele revela que o amor pela história da cidade tem laço familiar e que por ele foi herdado. “A família foi sempre devota da história da Palmeira e criou em nós este gosto pelos valores e as coisas de Palmeira”, pontuou.

Onde encontrar o livro
De acordo com o escritor, neste primeiro momento foi impresso certo número de exemplares para oferecer para as pessoas do ciclo de amizade e algumas escolas, mas aqueles que se interessarem
pela leitura poderão adquirir através da Casa Editorial (41) 3264 9896 ou com o próprio Marcus pelo contato (42) 9 9937 3201.

Texto: Andrea Borges com informações de Elder Scolimoski e Calendar
Foto: Elder Scolimoski