Autor assegura que Palmeira se originou com a transferência da freguesia do Tamanduá
Aproximadamente 50 pessoas tiveram o privilégio de serem convidadas por Marcus Vinicius Molinari Machado para conhecer a obra escrita por ele com o título “A Freguesia nova da Palmeira”. O lançamento do livro aconteceu na noite de quinta-feira (12) no Bistrô Garden, uma edificação histórica e imponente pertencente ao senhor Berilo Capraro e que hoje oferece um ambiente comercial muito aconchegante.
Foram cerca 17 anos de trabalho para compilar as informações e formatar didaticamente todo o material de pesquisa, ou seja, os documentos, as bibliografias e as construções dos mapas. “É o fruto de um trabalho que eu apresentei para entrar no Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira (IHGP) e aí fui aprimorando e pesquisando para procurar dados a respeito da história de Palmeira que se referisse ao período anterior das doações das terras para a construção da Matriz, uma história que remonta o começo do século XVIII”, contou o escritor.
Representando o IHGP, a Vice-Presidente Vera Lucia de Oliveira Mayer recebeu o Atlas Histórico e Geográfico de Palmeira, edição única em que o autor presenteou o Instituto. “Além do livro, Marcus elaborou um riquíssimo atlas histórico e geográfico sobre a evolução de Palmeira, lindo na sua apresentação e precioso nas suas informações. Este atlas nos foi entregue para compor o acervo do Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira. Na ocasião do lançamento tive o prazer em receber em nome do IHGP para então apresentá-los aos demais pares”, contou.
Para Vera Mayer, o livro vem para enriquecer a estante do povo palmeirense. “Marcus apresentou esse trabalho de excelente pesquisa para contemplar os primórdios tempos do surgimento de Palmeira, anterior à doação das terras para a construção da Matriz e transferência da Freguesia do Tamanduá para o então Rincão dos Buracos, (como era denominada a região, no início dos anos de 1800) história que até então era uma lacuna muito grande”, citou ela.
“O autor fez uma cronologia da história, bem como abordou a geografia física da região, mapeando cada período histórico. Essas ricas ilustrações valorizam a obra e oferecem aos seus leitores e outros pesquisadores, uma riqueza em detalhes que elucidam questionamentos até então levantados, dado não existir estudo assim tão aprofundado”, expressou Mayer.
A história permanece viva sempre que é preservada por registros, a exemplo deste com que Machado presenteou os palmeirenses, foi o que transmitiu Egon Krambeck, atual presidente do Legislativo Municipal (2019-2022). “Efetivamente, trata-se de uma obra de alta importância para conhecimento e pesquisa, primeiramente de todos os palmeirenses, e, também, de estudiosos que queiram saber sobre Palmeira. É uma obra rica em detalhes, de muita profundidade, realizada com empenho e dedicação, próprias do escritor, o qual conheço e prezo da sua amizade há muitos anos”, manifestou Krambeck.
Sergio Luiz Belich, prefeito de Palmeira, enalteceu o trabalho de pesquisa e a importância do resgate histórico do embrião do município e sua riqueza. “É uma obra que ficará na história de Palmeira, pois conta em detalhes muitas coisas sobre nossa cidade. O Autor do livro, Marcus Molinari, parece ter vivido esta história, fala com conhecimento, com amor e com orgulho. Livro que vale a pena ser lido e apreciado em detalhes”, disse o prefeito, e concluiu parabenizando pela obra e por mostrar tais informações de grande importância.
Marcus fez questão de registrar a presença da senhora Maria de Lourdes Erichsen de Araújo, tradicional família do Paraná, que foi aplaudida pelos presentes. “Ela é descendente dos Barões do Tibagi, e Emília Faria Erichsen – conhecida por ter criado o primeiro Jardim de Infância do Paraná” disse Molinari.
A origem da Palmeira
A obra assegura, baseada na declaração do Padre Antônio Duarte dos Passos, que a verdadeira origem de Palmeira se dá com a transferência da Freguesia do Tamanduá para o Rincão dos Buracos e desvenda que o possível “pai fundador” seja Antônio Luis Lamim, o Tigre, o qual mandou construir pelos padres carmelitas de São Paulo a primeira capela no Tamanduá em 1709, a qual foi dedicada à Nossa Senhora do Carmo, mas que mais tarde precisou ser devolvida aos carmelitas.
Casado com Ana Rodrigues de França, Tigre e a esposa eram devotos de Nossa Senhora da Conceição e desejavam tê-la como protetora. Então eles tiveram a ideia de mandar buscar a imagem em Portugal para que ela habitasse na capela na sede de umas das fazendas. Em 1727, a capela de madeira deu lugar para a primeira no interior do Sul do Brasil construída de pedra e cal, concluída em 1730. A partir desta data a imagem de madeira de Nossa Senhora da Conceição é conduzida de Curitiba para o Tamanduá e passa ali a ser venerada.
No ano de 1817, o padre José Correia Leite e Silva assume interinamente, substituindo o primeiro vigário, o Padre Manuel Domingues da Silva Braga que morreu de tuberculose em 10 de fevereiro daquele ano. Um ano depois, o substituto definitivo é o padre Antônio Duarte dos Passos, natural de São Paulo, que após haver uma determinação já chegava a dois anos para que a capela fosse entregue aos carmelitas, Passos o fez em 12 de agosto de 1818, data em que o padre muda a freguesia para o Rincão da Palmeira ou Rincão dos Buracos, local onde hoje está a cidade de Palmeira e que muito precocemente foi chamada de “Freguesia Nova da Palmeira”.
Prefácio do Livro
“Esta primorosa obra do Marcus é de grande relevância histórica, tendo um potencial muito elevado de servir para futuras pesquisas de outros historiadores. Junto a isso, suas pesquisas nos levam para a Palmeira do final do século XVIII, onde entre os dois rios – Monjolo e Forquilha – tudo começou, vindo, claro, lá das bandas do Tamanduá”, descreve o corretor de seguros, historiador e montanhista Edson José Koslosky.
O prefaciador ainda demonstrou apreço por ter sido convidado a tal função, pois também é um apaixonado pela história e cultiva as pesquisas sobre o lugar em que nasceu. “Uma leitura leve, gostosa, que leva nossa mente até aquela época. Tive a honra de prefaciar esta obra! E também de participar do lançamento, que foi uma verdadeira festa, que ficará eternamente nas memórias de todos que lá participaram. Obrigado Marcus, por nos proporcionar esta magnífica obra”, concluiu.
O autor
O palmeirense Marcus Vinicius Molinari Machado nasceu em 15 de setembro de 1964. Graduado em Odontologia pela PUC-PR em 1988 e em História na UEPG em 2012, sob o registro 6502 no Conselho Regional de Odontologia, exerce sua função em seu consultório de maneira autônomo – Molinari Machado Odontologia (20 horas) e possuiu vínculo empregatício com o município – Cirurgião Dentista Traumatologista Bucomaxilofacial, no Centro de Especialidades Odontológicas Dr. Roberto Stalschmidt (20 horas).
Marcus é confrade no Instituto Histórico e Geográfico de Palmeira. Pai do Germano Molinari Machado e da Marina Molinari Machado – ambos seguiram a profissão do genitor, e dividem o mesmo consultório odontológico no centro da cidade.
De acordo com Marcus, o livro também é uma resposta para as próprias inquietações, no qual ele revela que o amor pela história da cidade tem laço familiar e que por ele foi herdado. “A família foi sempre devota da história da Palmeira e criou em nós este gosto pelos valores e as coisas de Palmeira”, pontuou.
Onde encontrar o livro
De acordo com o escritor, neste primeiro momento foi impresso certo número de exemplares para oferecer para as pessoas do ciclo de amizade e algumas escolas, mas aqueles que se interessarem
pela leitura poderão adquirir através da Casa Editorial (41) 3264 9896 ou com o próprio Marcus pelo contato (42) 9 9937 3201.
Fotos e texto: Elder Scolimoski
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