No Dia Mundial de Conscientização do Autismo, profissional aborda sobre processo de aprendizagem
Neste sábado (02) celebra-se o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. A data, estabelecida em 2.007, tem por objetivo difundir informações para a população sobre o autismo e assim reduzir a discriminação e o preconceito que cercam as pessoas afetadas pelo transtorno.
Em entrevista ao Noticiário P7, a neuropsicopedagoga Ângela Hornes da Trindade falou sobre os diferentes graus do transtorno. “Por isso que nós chamamos de espectro, porque depende bastante da intensidade. Então, baseado nisso, hoje o autismo vai de leve, moderado e severo, então depende da gravidade da comunicação”, explicou.
“Então nós temos o nível leve, em que a criança tem uma dificuldade na comunicação, mas sem que isso prejudique a sua interação social. Ela tem alguns problemas para se organizar para se planejar, mas ela ainda consegue ter independência. No grau 2, é o nível moderado essa dificuldade de comunicação já é um pouco maior, não tanto, mas ela é maior e isso já faz com que essa criança necessite de mais suporte tanto em casa quanto na escola, porque ela também começa a ter, já que tem uma dificuldade de comunicação, uma dificuldade de integração social, de interação social. E o nível 3, que é o nível mais severo que a gente chama, tem um déficit de comunicação bem grave e pode ser verba e não verbal. A criança começa a ter bastante dificuldade nas interações sociais, tendo algumas comorbidades, inclusive uma capacidade cognitiva mais prejudicada, ela tende a se isolar, ela tem um comportamento muito rígido, já tem mais crises, então ele vai de leve a moderado”, relatou Ângela.
A profissional explica que o espectro não tem uma cura definitiva. Desta forma, ela destaca a importância do chamado “padrão ouro” para o autismo, que seria uma intervenção precoce. “Então, mesmo que a criança já apresente sinais, como o baixo o contato visual, atraso na comunicação, atraso da fala… Quando a gente já percebe isso, o ideal é nós já entrarmos com a intervenção precoce. Já prevendo e tentando que essas comorbidades não se instalem, não fique mais grave na criança. Então suspeitando, o melhor tratamento já é a intervenção, mas o diagnóstico precoce é claro que sempre auxilia, daí nós fazemos então o direcionamento do que na realidade esta criança precisa, para que se desenvolva com uma qualidade de vida, com autonomia e sem que isso traga também muitas angústias e sofrimentos para a família”, disse ela.
Outra questão comentada durante a entrevista foi sobre o aprendizado de uma criança autista. A profissional destacou a importância da inclusão. “Nós precisamos de ter escolas preparadas para receber crianças que são diferentes, não só crianças com autismo, crianças com transtornos, com dificuldade. Nós temos que ter escolas preparadas e com profissionais preparados. Nós temos que pensar sempre em desenvolver autonomia, em desenvolver as atividades de vida diária da criança, a qualidade de vida de todas”, enfatizou Ângela.
Ao falar sobre esse assunto, ela destacou além da família, a profissional enfatizou o papel da comunidade escolar. “O desenvolvimento acontece. Só que ele demora mais tempo. A criança autista, ela tem o tempo, o tempo é diferente. E ele deve de ser respeitado. Tanto os pais, pessoas que convivem junto com a crianças, os educadores … Eles devem incentivar as crianças, mostrar que ela é capaz, que ela aprende para que se sinta motivada. É igual a todas as crianças. O precisamos? Precisamos de motivação. Qualquer criança é assim”, lembrou a profissional.
Texto: Bruna Camargo
Imagem: Agência Estadual de Notícias
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