Vera Mayer e Helena Orchanheski falam sobre a imigração polonesa em Palmeira
O Paraná está vivenciado a celebração dos 150 anos da imigração polonesa. Em Palmeira no dia 19 de novembro, o Município recebeu a visita da Cônsul Geral da Polônia que conheceu o Museu Histórico de Palmeira, a Colônia Santa Bárbara como também prestigiou o lançamento da mostra “Os Imigrantes Poloneses e seus Descendentes: Algumas Histórias”, da historiadora Vera Lucia de Oliveira Mayer feito juntamente a professora Helena Orchanheski.
Vera foi diretora do Museu por 17 anos, e contou que nesse período iniciaram suas pesquisas junto as festas típicas da comunidade de Santa Bárbara, e que por meio disso seu trabalho foi procurado para enriquecer e difundir com mais detalhes a história polonesa do Município, por meio disso o livro “Os Imigrantes Poloneses e seus Descendentes: Algumas Histórias”, foi tomando forma com ajuda da professora Helena Orchanheski. “Essa obra foi feita conversando com a dona Helena, ela tinha vários manuscritos onde ia descrevendo em forma de relatório e anotando o que acontecia na comunidade, as histórias que contaram para ela, muitas coisas estavam em polonês porque ela encontrou alguns livros de ata, lá do tempo da imigração, e ela conseguiu traduzir esses textos para o português”, explicou Vera.
Ela destaca que Palmeira possui muitos descentes poloneses e que por meio de seus estudos e dessa obra, foi chamada pelo chefe de cultura do Município, para pensar no que poderia ser feito neste ano em torno da polaridade da questão dos imigrantes. “Aí então vieram à tona os trabalhos realizados em Santa Bárbara, que estão expostos na Central de Atendimento, junto a isso veio a exposição do Paulo Leminski, e também a reabertura do Museu Histórico, nesses momentos me propuseram de falar um pouco a respeito desse livro e dessa trajetória”, disse Vera.
Para ela é uma alegria diferenciada. “Me sinto homenageada com isso, eu trabalhei no museu durante 17 anos e promover várias exposições que agora estão sendo feitas exposições digamos do trabalho que eu fiz, me deixa muito grata. Junto a isso o museu está de cara nova então vale a pena retomar as visitas e retomar as pesquisas, porque o museu também é um espaço de pesquisa, a documentação que nós temos lá no museu possibilita pesquisa em várias temáticas”, finalizou.
Helena Orchanheski
A dona Helena Orchanheski, é descendente de avós paternos poloneses, nascida em Cantagalo, residiu também na comunidade de Santa Bárbara, foi ajudante de professora, hoje é residente do lar Sagrada Família.
De acordo com Helena, seu avô paterno João, fugiu do exército na Polônia quando ameaçava iniciar a primeira guerra, ele viajou em meio a sacos de serragem em um navio e quando chegou no Brasil trocou de nome.
Ela disse que aprendeu polonês quando criança, com o seu pai, que a ensinou as letras lendo através de jornais poloneses, e o português ela aprendeu na escola com as crianças. “Estudei até o terceiro ano, mas naquela época terceiro ano valia o oitavo de agora, era puxado, eu aprendi polonês nesse tempo, mas na escola era proibido falar por que foi no tempo da segunda guerra. Eu fui ajudante de professora e ensinei em vários lugares e depois em Santa Bárbara”, contou Helena.
Ela relembrou a primeira festa polonesa em Santa Bárbara dizendo que foi muito simples mas muito animada, com isso relembrou também que escreveu sobre a história dos poloneses em 1890. Ela escreveu também o poema do centenário da capela de Santa Bárbara. Dona Helena disse que escuta rádio, e que gosta do noticiário e do programa do Floriano Mica.
Poema do Centenário da Igreja da Comunidade de Santa Bárbara
1922 – 2022
Em 1820 aqui chegaram Quando demolia a capela
Emigrantes da Polônia os presentes diziam com emoção
Todos habitam a igrejinha tão bela
Na crescente colônia tantos anos serviu para oração
Construíram uma capela de madeira Exclamaram com tristeza
Para lá se reunir e rezar a outra quando levantada
Santa Barbara canto padroeira para maior surpresa
O ícone colocou no altar no mesmo ano foi inaugurada.
Trinta anos se passaram
A capela corria risco de ruir
Os colonos combinar
Não será de madeira
E sim de alvenaria
Para louvar a padroeira
E Santíssima Virgem Maria
Se reuniram
Todos com a mesma intenção
E contribuíram
Cada um com sua doação
Helena Orchanieski
Entrevista de Rinaldo Agottani
Texto da Redação
Fotos: Elder Scolimoski
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