Impacto da pandemia na saúde mental foi tema de entrevista no Noticiário P7
A pandemia da Covid-19 também tem gerado impactos na saúde mental da população. Os níveis de ansiedade e estresse aumentaram, a preocupação com a contaminação, com a situação financeira, a dor do luto, são alguns dos fatores que mais afetam o bem estar das pessoas.
A importância com os cuidados da saúde mental e o atendimento do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) foram abordados no Noticiário P7 desta quarta-feira (13). Guilherme de Almeida, psicólogo do CAPS contou que o atendimento não parou na pandemia e o funcionamento é das 8h às 17h de segunda à sexta. De acordo com o profissional há o atendimento médico, psicoterápico, acolhimento. “Neste contexto de pandemia o CAPS agora está priorizando as visitas domiciliares aos pacientes cadastrados, os pacientes assistidos com transtornos severos tendo em vista que muitos pacientes deixaram de frequentar o CAPS por conta da pandemia. Também existe hoje uma Nota Técnica Federal 4320 que suspende os atendimentos em grupo por conta das aglomerações e orienta as visitações, busca ativa e tratar o paciente em domicílio hoje, também para o paciente não perder o vínculo”, explicou.
Sobre os atendimentos no CAPS, Almeida relatou que a equipe atende pacientes com transtornos mentais severos, persistentes, adultos, crianças, adolescentes, incluindo as enfermidades secundárias como abuso de álcool e substância psicoativa.
Durante entrevista ao Noticiário P7, o psicólogo falou da viabilização de um projeto para ampliar a demanda e conquistar espaço físico para o CAPS. “para que possamos melhorar ainda mais a qualidade e o atendimento dos recursos destinados à população”, adiantou.
O profissional também explicou sobre a chegada das pessoas a serem atendidas no CAPS. “O paciente pode chegar, pode ser acolhido, vai ser avaliado a demanda, ele vai ter portas abertas, mas o fluxo é o encaminhamento do médico do médico da Estratégia de Saúde da Família (ESF) que vai avaliar quando todas as alternativas da ESF já se esgotaram, manda para atendimento especializado”, disse Guilherme.
Pandemia
Uma pesquisa feita pela UFMG em parceria com a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Associação Brasileira de Impulsividade e Patologia Dual (ABIPD), Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), Universidade do Texas e Mackenzie, apontou que o medo foi sentimento mais comum entre brasileiros no 1º semestre da pandemia, conforme matéria publicada no G1. Almeida pontuou que o medo pode levar a aumentar a ansiedade. “Em termos psicológicos, além de uma pandemia, além de uma manifestação física, o medo também é capaz de aumentar os níveis de ansiedade, de estresse de um indivíduo saudável e pode até intensificar alguns sintomas daqueles transtornos psiquiátricos pré-existentes. Os medos mais comuns são: medo da morte, gravemente ferido, contaminar alguém que você ama, preocupações econômicas, desinformação, falta de bons hábitos também pode contribuir para intensificar essa situação”, explicou o profissional.
O psicólogo listou algumas atitudes que podem ajudar a priorizar a saúde mental especialmente neste período de pandemia. “Práticas de relaxamento, meditação, oração, enfim, atividades que possam contribuir o bem estar emocional deste paciente. Consumo consciente de notícias, do tempo em redes sociais também pode ajudar. Também é necessário muitas vezes buscar uma ajuda profissional, uma psicoterapia, alguém que possa compreender melhor esse momento de mudança, com esse momento de alteração emocional, social, para buscar o desenvolvimento, equilíbrio emocional e evitar a progressão de quadros ansiosos mais graves”, citou.
Janeiro Branco
Guilherme contou que campanha Janeiro Branco foi criada em 2014 em Minas Gerais idealizada pelo psicólogo Leonardo Abrahão. Segundo ele, a escolha do mês se deve a sensação do recomeço e o fato de que início de ano é marcado por novos projetos. “ A cor branca representa um quadro branco, uma página branca, significa um papel em branco no qual vai escrever, desenhar nova história”, abordou Guilherme.
Para o profissional, o trabalho referente à saúde mental deve ser baseado na prevenção e esta é um dos objetivos da Secretaria de Saúde do município. “Existem pesquisas que apontam que 1 em 4 pessoas no mundo hoje vai desenvolver um transtorno mental psiquiátrico em relação a este contexto. (…) É muito alto o nível de suicídio em Palmeira, em torno a 5 a 6 tentativas por semana, então é um quadro grave, um trabalho contínuo, tem que ser trabalhado com método de prevenção”, pontuou.
Foto: Elder Scolimoski
Texto: Bruna Camargo
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