Diretoria da Santa Casa e Chefe da Regional de Saúde atualizam situação do Hospital
O Provedor da Santa Casa Marcos Antonio Bordinhão e Secretário da instituição Carlos Eduardo Rocha Mezzadri e o Chefe da 3ª Regional de Saúde do Estado Robson Xavier participaram do Noticiário P7 da Rádio Ipiranga desta quarta-feira (11).
Na ocasião eles atualizaram sobre o atual cenário da entidade que suspendeu nos últimos dias os internamentos através do Sistema Único de Saúde (SUS). “A situação da Santa Casa não é boa, todo mundo sabe disso. Anunciamos nas últimas semanas que a Santa Casa realmente teria sucumbido e iria fechar. Mas nós sempre temos um soprinho de esperança que a gente consiga fazer com que a instituição permanece de pé”, iniciou o Provedor.
Nesta terça-feira (10), a diretoria da Santa Casa esteve reunida com o Secretário de Estado da Saúde Beto Preto. “Nesta reunião ficou definido que vamos tentar fazer um contrato extraordinário com a Santa Casa. O Estado sinalizou que não quer que a Santa Casa feche. Vamos tentar um contrato extraordinário para recebermos alguns recursos do Governo Federal e do Estado que estão parados com relação a verba de Covid e mais algumas emendas parlamentares e isso vai ajudar com que a Santa Casa permaneça em aberto”, contou Marcos.
“É claro que nós temos que nos adequar a algumas situações para que esse trato ocorra e nós precisamos de mais de mais ou menos entre 10 e 15 dias para que a gente consiga firmar esse contrato extraordinário” adiantou Bordinhão.
O Provedor também explicou na entrevista que a instituição aguarda uma deliberação dos funcionários em relação a esta tratativa com o Estado. “Ficou definido o seguinte: A decisão da diretoria da Santa Casa já não está mais em minhas mãos. Avalie pelo seguinte sentido todos nossos funcionários da Santa Casa que são em torno de 60 funcionários sem receber, estão com seus salários atrasados e para eu fazer esse novo acordo com o Estado que possivelmente possa deixar a Santa Casa aberta por mais um grande período de tempo nós precisamos do aval também dos funcionários. Vou ter que pedir um pouco mais de tempo para eles. Vou ter que pedir mais um pouquinho de paciência”, contou.
Carlos Eduardo e Marcos relataram que na manhã desta quarta-feira (11) estiveram em conversa com os funcionários da Santa Casa, com a Regional de Saúde e a Vigilância Sanitária. “Estou dependendo da reunião dos meus funcionários. Eu preciso desse aval deles. Não posso garantir que o hospital permaneça aberto sendo que não posso de repente não ter funcionário. Então se me perguntar hoje ‘Hospital vai ficar aberto ou vai ficar fechado? ’ Eu ainda estou aguardando a deliberação dos meus funcionários”, disse Bordinhão.
Os integrantes da Diretoria relataram que são cerca de 60 funcionários da instituição. De acordo com o Provedor, não houve o pagamento do 13° salário do ano passado, salários de janeiro e do mês de outubro. “Mas as verbas que talvez a gente consiga liberar com este contrato temporário com o Estado, possivelmente consigamos saldar alguma coisa”, sinalizou Marcos.
Regional de Saúde
O Chefe da Regional explicou a razão de o contrato com o Estado não ter sido renovado. “Nós tínhamos problemas a serem sanados por questões contratuais, necessidade de contratação de alguns documentos para celebração de contratos, por isso não foi renovado contrato anteriormente”, pontuou ele.
Robson afirmou, portanto, que este contrato extraordinário seria a saída encontrada para que a entidade permaneça aberta em Palmeira. “Todo este esforço conforme o provedor colocou aqui, que está sendo empreendido pelo município, pela diretoria da Santa Casa, pela Regional da Saúde representando a Secretaria de Estado é justamente de encontrarmos as estratégias adequadas de para se renovar emergencialmente esse contrato e estabelecermos um período para que sanadas essas necessidades da apresentação destes documentos, o contrato definitivo possa ser assinado e os serviços possam ser prestados normalmente aqui no município”, relatou Xavier.
Funcionários
Mezzadri reforçou que este novo acordo com o Estado depende de um aval dos funcionários e registrou a gratidão e admiração por toda equipe. “Foram os primeiros a serem informados dessas nossas novas tratativas para que este contrato seja firmado nos próximos 10 a 15 dias e com essa assinatura nós possamos receber verbas. As principais são uma emenda parlamentar e uma emenda da Covid em torno de R$ 203 mil. Passamos essas informações agora pela manhã para os funcionários e eles estão deliberando. Quero aqui dizer de público da minha admiração e da minha gratidão desses heróis da Santa Casa. São profissionais que trabalham não pelo dinheiro, tenho a mais absoluta certeza disso”., disse Carlos Eduardo.
“Nós como gestores não podemos pedir para as pessoas ficarem trabalhando de graça. Como Carlos Eduardo frisou realmente só temos a agradecer a eles e estamos pedindo um pouquinho mais de paciência e um pouquinho mais de atenção neste quesito”, elucidou Bordinhão.
Atendimento Particular
Segundo Marcos, com o cancelamento dos internamentos através do SUS, a tendência era de que os atendimentos particulares encerrassem por falta de estrutura. “Nós também iríamos cancelar os atendimentos particulares e iríamos cancelar os convênios. Porque nós não teríamos estrutura suficiente para manter o hospital em funcionamento. Mesmo cancelando os serviços SUS os serviços particulares iam também sucumbir em poucos dias. Como existe a tratativa com Estado de nos mantermos atendendo o SUS, é claro que daí com toda estrutura e se os nossos funcionários optarem em nos ajudar por mais esses 15, 20 dias até assinarmos o contrato, é óbvio que vamos manter todos os atendimentos sem problema nenhum”, explicou o Provedor.
Fotos: Elder Scolimoski
Texto: Bruna Camargo
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