Trabalhadores dos Correios pedem manutenção de Acordo Coletivo
No primeiro dia de greve nacional dos Correios, que iniciou ontem (18), o Paraná contou com cerca de 80% de adesão dos 5.500 mil funcionários no estado. São 100.000 no Brasil. O motivo da greve foi a revogação do atual acordo coletivo, desde 1º de agosto, cuja vigência vai até 2021. Com isso, a direção da maior estatal do país cortou 70 das 77 cláusulas, como 30% do adicional de risco, vale-alimentação, licença-maternidade de 180 dias, auxílio-creche, indenização por morte e auxílio para filhos com necessidades especiais, além de pagamentos como adicional noturno e horas extras.
“Nunca lutamos por nenhum privilégio, só queremos manter o mínimo de dignidade para nossas famílias enquanto exercemos uma atividade de risco, carregando cargas pesadas nos ombros, sendo submetidos a assaltos, mordidas de cachorros, acidentes de trânsito e intempéries climáticas na rua”, afirmou Adaílton Cardoso, secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Comunicações Postais, Telegráficas e Similares do Paraná. (SINTCOM-PR).
Em alguns municípios, as agências amanheceram fechadas e as entregas de encomendas estão restritas a produtos essenciais como remédios, vacinas, transporte de materiais coletados em exames médicos e alimentos. Por ser serviço essencial, a federação garante 30% nacional do efetivo atuando. Em Palmeira, pelo menos quatros trabalhadores já aderiram à paralisação, pois eles também discordam da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). De acordo com o gerente Felipe Gubert são três operacionais e um atendente, mas o serviço será feito normalmente, porém, com horário reduzido devido à pandemia, com atendimento ao público das 9 até as 15 horas. Informações dão conta que as agências dos Correios de Porto Amazonas e São João do Triunfo estão fechadas.
Acordo Coletivo
No ano passado, o Tribunal Superior do Trabalho julgou o dissídio de greve dos Correios e manteve o Acordo Coletivo por dois anos, mas em decisão inédita, os ministros do STF, Dias Toffoli e Luiz Fux, deram liminar para a direção da Empresa, revogando provisoriamente a decisão.
Os trabalhadores decretaram greve para tentar manter as conquistas de décadas do Acordo Coletivo, alegando que a média salarial de um carteiro é de R$ 1.780. Com os cortes de benefícios, a perda é de cerca de 42% na remuneração.
Ainda de acordo com dados, neste período de pandemia aumentou cerca de 80% o volume de compras pela internet, consequentemente houve um crescimento no número de entregas pelos Correios, porém, sem contratações de novos funcionários.
Texto: Elder Scolimoski
Foto: Arquivo Rádio Ipiranga/Elder Scolimoski
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