A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) abriu consulta pública para a proposta de adoção de um limite de gorduras trans em alimentos. A restrição seria iniciada pela implementação de um limite de 2% de AGTI (ácidos graxos trans industriais) sobre o teor total de gorduras nos alimentos destinados ao consumidor final, segundo informou o órgão. A medida, que também seria válida para os serviços de alimentação, teria um prazo de adequação de 18 meses.
A Anvisa diz que, com isso, “pretende propiciar um elevado nível de proteção à saúde da população, sem criar um impacto desproporcional sobre o setor”. “A proposta decorre da análise de estudos científicos que demonstram que os ácidos graxos trans (AGTs) podem contribuir para o desenvolvimento de várias doenças, com evidências convincentes de que seu consumo acima de 1% do valor energético total afeta muitos fatores de risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares”, divulgou em nota.
As gorduras trans são comuns entre fabricantes de alimentos fritos, assados e salgadinhos porque possuem um prazo de validade maior. No entanto, são ruins para os consumidores, pois aumentam o risco de doenças cardíacas em 21% e as mortes em 28%, conforme dados da Organização Mundial da Saúde em comunicado de maio do ano passado. A OMS solicita que a gordura trans seja eliminada até 2023.

Foto: Eduardo Knapp/Folhapress